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Case Study: Arquitectura de um Palimpsesto Reabilitado - Análise Crítica da metodologia de Intervenção em Reabilitação | Parte I

Categoria:  Artigos Técnicos

Publicado

Arq. Pedro Daniel Faria | Fundador da FARIA+ARQUITECTOS

Da Metodologia e dos Materiais
A intervenção na ruína continua a revelar a infrutífera convergência das práticas, dado o carácter estruturalmente incompatível das matrizes ideológicas dos seus implementadores. Independentemente da vontade consciente do Arquitecto, subjaz a esta acção um princípio inevitável, de afirmação ideológica pessoal que extrapola a narrativa que a Arquitectura mantém com a pré-existência e que faz surgir novas simbologias. Estas caracterizam-se por conjuntos de elementos, opções metodológicas, sintagmas(1) que respondem de forma diferente às condicionantes que se apresentam no decorrer do processo projectual.

Nesta primeira parte da reflexão que propomos, interessa dissecar a metodologia de intervenção de dois autores – Carlo Scarpa e Eduardo Souto de Moura - através de uma análise comparativa, estruturada e decantadora(2), que permita simultaneamente evidenciar paralelismos metodológicos e identificar singularidades expressivas, pertencentes a uma “nova sintaxe”, que se torna numa interpretação individual e única de cada um destes Arquitectos na leitura e actuação da pré-existência, vestígios concretizados da história.

Foi na intervenção no Mosteiro de Santa Maria do Bouro que se evidencia de forma mais clara a transposição física da ideologia projectual que sustenta a abordagem de reabilitação de Eduardo Souto de Moura. 

Ao invés de a reintegrar plenamente, o Arquitecto conserva a ruína como elemento cénico deliberadamente isolado, conferindo-lhe um papel escultórico de evocação e memória, como se observa no claustro a céu aberto.

Aqui, a expressividade dos materiais, das cores e das texturas revela-se como elemento estruturante na articulação entre matéria, tempo e ideologia.

O mármore vermelho Angola das escadas interiores, o pinho dos soalhos, o aço corten dos tectos, o verde da chapa de cobre oxidada das portas, no aço inox dos rodapés, no mármore Estremoz, ultrapassam a sua condição meramente material e adquirem um valor semântico que, integrados no discurso projectual, corporizam o oxímoro intencional de continuidade e ruptura assumido pelo Arquitecto. Esta dicotomia no seu discurso não é uma acção inconsciente. Os materiais regionais tendem a promover uma leitura de continuidade com a ruína e debatem-se com os materiais internacionais que acentuam o sinal de ruptura com o passado. 

IMAG_ART-ANTEPROJECTOS 20250730-02_JPG_V1.jpg
Materialidade no revestimento exterior do Mosteiro do Bouro.
In: ArchDaily (n.d.). Pousada Mosteiro de Santa Maria do Bouro / Eduardo Souto de Moura.

O arquitecto propõe elementos novos murados, compostos por blocos maciços de granito envelhecido, que vão unir-se em estereotomia e materialidade às vetustas paredes do mosteiro. 
A decisão de manter as características das fachadas, com o aparelho à vista sem reboco, prendeu-se não a uma reminiscência do passado, já que originalmente a fachada parece ter sido rebocada, mas para remeter ao estado de ruína em que o edifício foi encontrado. 

IMAG_ART-ANTEPROJECTOS 20250730-03_JPG_V1.jpg
Os materiais escolhidos para os quartos da pousada revelam a leitura de descontinuidade com a pré-existência do Mosteiro.
In: Souto de Moura, E. (1999). 2G n.º 5 – Eduardo Souto de Moura. Editorial Gustavo Gili.

A intervenção de conservação nas paredes exteriores assume, no aparelho de pedra à vista, a idade e o desgaste do Mosteiro.

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Materialidade no revestimento exterior do Mosteiro do Bouro. / In: Divisare (n.d.). Eduardo Souto de Moura – Santa Maria do Bouro.

Em oposição ao exterior, no interior do mosteiro não são restituídos nem os materiais nem as técnicas construtivas originais, distinguindo claramente o que é novo. As paredes dos quartos foram rebocadas e pintadas a branco, enquanto que as paredes dos espaços comuns são revestidas a uma argamassa “bastarda” (cal e saibro) que lhe dá uma tonalidade cor creme.

Como o próprio Arquitecto explicita em entrevista, a escolha cromática, por vezes marcada por contrastes subtis, está menos ancorada em critérios estéticos e mais numa lógica de autenticidade sensorial: 
“(…) uso os materiais como pretexto.
Se usar madeira avermelhada, é vermelho; se usar estuque, é incolor...
A cor do material é uma coisa que me tranquiliza”

IMAG_ART-ANTEPROJECTOS 20250730-05_JPG_V1.jpg
Os revestimentos do espaço interior em argamassa “bastarda” cor creme. / In: Frampton, K. (2005). Eduardo Souto de Moura. Phaidon Press.

 


(1) “Sintagma: Bibliogr. S. m. Qualquer tratado cujo assunto é dividido metodicamente em classes, números, etc.”; significado retirado da publicação de José Lello e Edgar Lello, Lello Universal - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, Porto 1981, p.912. Aplica-se aqui o conceito dentro da narrativa de reabilitação, onde “sintagma”, tal como no seu significado etimológico,  representa as unidades que compõem um “grupo” de elementos paradigmáticos da intervenção que, por resultado de “sintagmas” desviantes, emerge como simbólica.
(2) Referência a uma análise estrutura nas obras “Recueil el paralléle des édifices de tout genre anciens et modernes”, Paris 1800, e “Précis des lecons d’architecture”, 2 vol., Paris 1802-1805, de Jean-Nicolas-Louis Durand. Este autor demonstra, nestas duas obras, uma procura pela representação, esquematização e análise das metodologias utilizadas em inúmeros projectos arquitectónicos.

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. DURAND, Jean, Recueil et parallèle des édifices de tout genre, anciens et modernes, remarquables par leur beauté, par leur grandeur ou par leur singularité, et dessinés sur une même échelle, Paris, Escola Politécnica 1801, pp.189.
2. DURAND, Jean, Précis des leçons d’architecture données à l’Ecole polytechnique, 2vol., Paris, Escola Politécnica 1802-1805, pp.369.
3. BORDALO, Marta, “Reconversão do Mosteiro de Santa Maria do Bouro em Pousada: da Concepção à Execução”, Prova Final de Licenciatura em Arquitectura, Universidade do Porto, 2004, pp.143.
 

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Case Study: Arquitectura de um Palimpsesto Reabilitado - Análise Crítica da metodologia de Intervenção em Reabilitação | Parte I

Categoria:  Artigos Técnicos

Publicado

Arq. Pedro Daniel Faria | Fundador da FARIA+ARQUITECTOS

Da Metodologia e dos Materiais
A intervenção na ruína continua a revelar a infrutífera convergência das práticas, dado o carácter estruturalmente incompatível das matrizes ideológicas dos seus implementadores. Independentemente da vontade consciente do Arquitecto, subjaz a esta acção um princípio inevitável, de afirmação ideológica pessoal que extrapola a narrativa que a Arquitectura mantém com a pré-existência e que faz surgir novas simbologias. Estas caracterizam-se por conjuntos de elementos, opções metodológicas, sintagmas(1) que respondem de forma diferente às condicionantes que se apresentam no decorrer do processo projectual.

Nesta primeira parte da reflexão que propomos, interessa dissecar a metodologia de intervenção de dois autores – Carlo Scarpa e Eduardo Souto de Moura - através de uma análise comparativa, estruturada e decantadora(2), que permita simultaneamente evidenciar paralelismos metodológicos e identificar singularidades expressivas, pertencentes a uma “nova sintaxe”, que se torna numa interpretação individual e única de cada um destes Arquitectos na leitura e actuação da pré-existência, vestígios concretizados da história.

Foi na intervenção no Mosteiro de Santa Maria do Bouro que se evidencia de forma mais clara a transposição física da ideologia projectual que sustenta a abordagem de reabilitação de Eduardo Souto de Moura. 

Ao invés de a reintegrar plenamente, o Arquitecto conserva a ruína como elemento cénico deliberadamente isolado, conferindo-lhe um papel escultórico de evocação e memória, como se observa no claustro a céu aberto.

Aqui, a expressividade dos materiais, das cores e das texturas revela-se como elemento estruturante na articulação entre matéria, tempo e ideologia.

O mármore vermelho Angola das escadas interiores, o pinho dos soalhos, o aço corten dos tectos, o verde da chapa de cobre oxidada das portas, no aço inox dos rodapés, no mármore Estremoz, ultrapassam a sua condição meramente material e adquirem um valor semântico que, integrados no discurso projectual, corporizam o oxímoro intencional de continuidade e ruptura assumido pelo Arquitecto. Esta dicotomia no seu discurso não é uma acção inconsciente. Os materiais regionais tendem a promover uma leitura de continuidade com a ruína e debatem-se com os materiais internacionais que acentuam o sinal de ruptura com o passado. 

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Materialidade no revestimento exterior do Mosteiro do Bouro.
In: ArchDaily (n.d.). Pousada Mosteiro de Santa Maria do Bouro / Eduardo Souto de Moura.

O arquitecto propõe elementos novos murados, compostos por blocos maciços de granito envelhecido, que vão unir-se em estereotomia e materialidade às vetustas paredes do mosteiro. 
A decisão de manter as características das fachadas, com o aparelho à vista sem reboco, prendeu-se não a uma reminiscência do passado, já que originalmente a fachada parece ter sido rebocada, mas para remeter ao estado de ruína em que o edifício foi encontrado. 

IMAG_ART-ANTEPROJECTOS 20250730-03_JPG_V1.jpg
Os materiais escolhidos para os quartos da pousada revelam a leitura de descontinuidade com a pré-existência do Mosteiro.
In: Souto de Moura, E. (1999). 2G n.º 5 – Eduardo Souto de Moura. Editorial Gustavo Gili.

A intervenção de conservação nas paredes exteriores assume, no aparelho de pedra à vista, a idade e o desgaste do Mosteiro.

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Materialidade no revestimento exterior do Mosteiro do Bouro. / In: Divisare (n.d.). Eduardo Souto de Moura – Santa Maria do Bouro.

Em oposição ao exterior, no interior do mosteiro não são restituídos nem os materiais nem as técnicas construtivas originais, distinguindo claramente o que é novo. As paredes dos quartos foram rebocadas e pintadas a branco, enquanto que as paredes dos espaços comuns são revestidas a uma argamassa “bastarda” (cal e saibro) que lhe dá uma tonalidade cor creme.

Como o próprio Arquitecto explicita em entrevista, a escolha cromática, por vezes marcada por contrastes subtis, está menos ancorada em critérios estéticos e mais numa lógica de autenticidade sensorial: 
“(…) uso os materiais como pretexto.
Se usar madeira avermelhada, é vermelho; se usar estuque, é incolor...
A cor do material é uma coisa que me tranquiliza”

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Os revestimentos do espaço interior em argamassa “bastarda” cor creme. / In: Frampton, K. (2005). Eduardo Souto de Moura. Phaidon Press.

 


(1) “Sintagma: Bibliogr. S. m. Qualquer tratado cujo assunto é dividido metodicamente em classes, números, etc.”; significado retirado da publicação de José Lello e Edgar Lello, Lello Universal - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, Porto 1981, p.912. Aplica-se aqui o conceito dentro da narrativa de reabilitação, onde “sintagma”, tal como no seu significado etimológico,  representa as unidades que compõem um “grupo” de elementos paradigmáticos da intervenção que, por resultado de “sintagmas” desviantes, emerge como simbólica.
(2) Referência a uma análise estrutura nas obras “Recueil el paralléle des édifices de tout genre anciens et modernes”, Paris 1800, e “Précis des lecons d’architecture”, 2 vol., Paris 1802-1805, de Jean-Nicolas-Louis Durand. Este autor demonstra, nestas duas obras, uma procura pela representação, esquematização e análise das metodologias utilizadas em inúmeros projectos arquitectónicos.

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. DURAND, Jean, Recueil et parallèle des édifices de tout genre, anciens et modernes, remarquables par leur beauté, par leur grandeur ou par leur singularité, et dessinés sur une même échelle, Paris, Escola Politécnica 1801, pp.189.
2. DURAND, Jean, Précis des leçons d’architecture données à l’Ecole polytechnique, 2vol., Paris, Escola Politécnica 1802-1805, pp.369.
3. BORDALO, Marta, “Reconversão do Mosteiro de Santa Maria do Bouro em Pousada: da Concepção à Execução”, Prova Final de Licenciatura em Arquitectura, Universidade do Porto, 2004, pp.143.
 

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Arq. Pedro Daniel Faria | Fundador da FARIA+ARQUITECTOS

Da Metodologia e dos Materiais
A intervenção na ruína continua a revelar a infrutífera convergência das práticas, dado o carácter estruturalmente incompatível das matrizes ideológicas dos seus implementadores. Independentemente da vontade consciente do Arquitecto, subjaz a esta acção um princípio inevitável, de afirmação ideológica pessoal que extrapola a narrativa que a Arquitectura mantém com a pré-existência e que faz surgir novas simbologias. Estas caracterizam-se por conjuntos de elementos, opções metodológicas, sintagmas(1) que respondem de forma diferente às condicionantes que se apresentam no decorrer do processo projectual.

Nesta primeira parte da reflexão que propomos, interessa dissecar a metodologia de intervenção de dois autores – Carlo Scarpa e Eduardo Souto de Moura - através de uma análise comparativa, estruturada e decantadora(2), que permita simultaneamente evidenciar paralelismos metodológicos e identificar singularidades expressivas, pertencentes a uma “nova sintaxe”, que se torna numa interpretação individual e única de cada um destes Arquitectos na leitura e actuação da pré-existência, vestígios concretizados da história.

Foi na intervenção no Mosteiro de Santa Maria do Bouro que se evidencia de forma mais clara a transposição física da ideologia projectual que sustenta a abordagem de reabilitação de Eduardo Souto de Moura. 

Ao invés de a reintegrar plenamente, o Arquitecto conserva a ruína como elemento cénico deliberadamente isolado, conferindo-lhe um papel escultórico de evocação e memória, como se observa no claustro a céu aberto.

Aqui, a expressividade dos materiais, das cores e das texturas revela-se como elemento estruturante na articulação entre matéria, tempo e ideologia.

O mármore vermelho Angola das escadas interiores, o pinho dos soalhos, o aço corten dos tectos, o verde da chapa de cobre oxidada das portas, no aço inox dos rodapés, no mármore Estremoz, ultrapassam a sua condição meramente material e adquirem um valor semântico que, integrados no discurso projectual, corporizam o oxímoro intencional de continuidade e ruptura assumido pelo Arquitecto. Esta dicotomia no seu discurso não é uma acção inconsciente. Os materiais regionais tendem a promover uma leitura de continuidade com a ruína e debatem-se com os materiais internacionais que acentuam o sinal de ruptura com o passado. 

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Materialidade no revestimento exterior do Mosteiro do Bouro.
In: ArchDaily (n.d.). Pousada Mosteiro de Santa Maria do Bouro / Eduardo Souto de Moura.

O arquitecto propõe elementos novos murados, compostos por blocos maciços de granito envelhecido, que vão unir-se em estereotomia e materialidade às vetustas paredes do mosteiro. 
A decisão de manter as características das fachadas, com o aparelho à vista sem reboco, prendeu-se não a uma reminiscência do passado, já que originalmente a fachada parece ter sido rebocada, mas para remeter ao estado de ruína em que o edifício foi encontrado. 

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Os materiais escolhidos para os quartos da pousada revelam a leitura de descontinuidade com a pré-existência do Mosteiro.
In: Souto de Moura, E. (1999). 2G n.º 5 – Eduardo Souto de Moura. Editorial Gustavo Gili.

A intervenção de conservação nas paredes exteriores assume, no aparelho de pedra à vista, a idade e o desgaste do Mosteiro.

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Materialidade no revestimento exterior do Mosteiro do Bouro. / In: Divisare (n.d.). Eduardo Souto de Moura – Santa Maria do Bouro.

Em oposição ao exterior, no interior do mosteiro não são restituídos nem os materiais nem as técnicas construtivas originais, distinguindo claramente o que é novo. As paredes dos quartos foram rebocadas e pintadas a branco, enquanto que as paredes dos espaços comuns são revestidas a uma argamassa “bastarda” (cal e saibro) que lhe dá uma tonalidade cor creme.

Como o próprio Arquitecto explicita em entrevista, a escolha cromática, por vezes marcada por contrastes subtis, está menos ancorada em critérios estéticos e mais numa lógica de autenticidade sensorial: 
“(…) uso os materiais como pretexto.
Se usar madeira avermelhada, é vermelho; se usar estuque, é incolor...
A cor do material é uma coisa que me tranquiliza”

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Os revestimentos do espaço interior em argamassa “bastarda” cor creme. / In: Frampton, K. (2005). Eduardo Souto de Moura. Phaidon Press.

 


(1) “Sintagma: Bibliogr. S. m. Qualquer tratado cujo assunto é dividido metodicamente em classes, números, etc.”; significado retirado da publicação de José Lello e Edgar Lello, Lello Universal - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, Porto 1981, p.912. Aplica-se aqui o conceito dentro da narrativa de reabilitação, onde “sintagma”, tal como no seu significado etimológico,  representa as unidades que compõem um “grupo” de elementos paradigmáticos da intervenção que, por resultado de “sintagmas” desviantes, emerge como simbólica.
(2) Referência a uma análise estrutura nas obras “Recueil el paralléle des édifices de tout genre anciens et modernes”, Paris 1800, e “Précis des lecons d’architecture”, 2 vol., Paris 1802-1805, de Jean-Nicolas-Louis Durand. Este autor demonstra, nestas duas obras, uma procura pela representação, esquematização e análise das metodologias utilizadas em inúmeros projectos arquitectónicos.

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. DURAND, Jean, Recueil et parallèle des édifices de tout genre, anciens et modernes, remarquables par leur beauté, par leur grandeur ou par leur singularité, et dessinés sur une même échelle, Paris, Escola Politécnica 1801, pp.189.
2. DURAND, Jean, Précis des leçons d’architecture données à l’Ecole polytechnique, 2vol., Paris, Escola Politécnica 1802-1805, pp.369.
3. BORDALO, Marta, “Reconversão do Mosteiro de Santa Maria do Bouro em Pousada: da Concepção à Execução”, Prova Final de Licenciatura em Arquitectura, Universidade do Porto, 2004, pp.143.