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O projeto de requalificação da zona norte da Baía de Santa Cruz, em Lagoa — São Miguel (Açores), constitui um exercício de desenho urbano e paisagístico que procura ampliar e complementar a zona balnear existente a sul da Avenida do Mar. Assinado pelo atelier LA-ArchStudio em parceria com o o gabinete de paisagismo AboutLand, o projeto traduz-se na criação de um parque urbano multifuncional que articula percursos, miradouros, espaços de lazer, desporto e contemplação, oferecendo aos habitantes e visitantes da Lagoa um novo espaço público em contínuo diálogo com o território e o mar.
A proposta organiza-se em torno de três vetores principais: articulação, usos e vistas. A Avenida do Mar, apesar de pouco movimentada, é percecionada como barreira entre o território balnear e o novo parque. Assim, o projeto propõe "coser" os dois territórios através de uma malha de percursos pedonais e cicláveis que garantem continuidade funcional e simbólica. A implantação de rotundas pedonais, de geometria circular, inspira-se na forma platónica do círculo como metáfora de fluidez, centralidade e não-linearidade.
O parque é estruturado por zonas de uso desportivo (circuito de manutenção e ginásio ao ar livre), uso recreativo (parque infantil), uso contemplativo (miradouros e zonas de estar), uso cultural (anfiteatro) e uma unidade de apoio com restaurante, instalações sanitárias e ponto de atendimento. Este edifício destaca-se pela sua forma circular, orientação solar otimizada e estrutura em betão armado com revestimentos e elementos em madeira de criptoméria, material endógeno dos Açores.
A composição arquitetónica, baseada num exoesqueleto curvo de betão, é simultaneamente robusta e poética. A madeira, usada como elemento de sombreamento e acabamento, reforça a identidade local. A cobertura inclinada, com sistema de drenagem natural, contribui para a integração paisagística e sustentabilidade da construção.
Os miradouros — superior e inferior — em plataformas de madeira sobre fundações discretas, permitem contemplar vistas amplas sobre a baía e a Igreja Matriz de Lagoa, reforçando a intenção de mínima intrusão no terreno e máxima valorização da paisagem.
O projeto revela um compromisso com a acessibilidade, a gestão sustentável da água (através de soluções como infiltração natural e ausência de impermeabilização nos decks), e uma clara contenção orçamental. A escolha criteriosa dos materiais — betão, criptoméria, vidro e cerâmicos — responde a exigências sísmicas, climáticas e estéticas, garantindo longevidade, resistência e uma leitura coerente com o contexto insular açoriano.
Mais do que uma intervenção isolada, esta requalificação representa uma estratégia urbana de reaproximação entre a cidade, a paisagem e os seus habitantes, promovendo um espaço público de qualidade que valoriza o território e a identidade local. A obra arranca em janeiro de 2026.
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O projeto de requalificação da zona norte da Baía de Santa Cruz, em Lagoa — São Miguel (Açores), constitui um exercício de desenho urbano e paisagístico que procura ampliar e complementar a zona balnear existente a sul da Avenida do Mar. Assinado pelo atelier LA-ArchStudio em parceria com o o gabinete de paisagismo AboutLand, o projeto traduz-se na criação de um parque urbano multifuncional que articula percursos, miradouros, espaços de lazer, desporto e contemplação, oferecendo aos habitantes e visitantes da Lagoa um novo espaço público em contínuo diálogo com o território e o mar.
A proposta organiza-se em torno de três vetores principais: articulação, usos e vistas. A Avenida do Mar, apesar de pouco movimentada, é percecionada como barreira entre o território balnear e o novo parque. Assim, o projeto propõe "coser" os dois territórios através de uma malha de percursos pedonais e cicláveis que garantem continuidade funcional e simbólica. A implantação de rotundas pedonais, de geometria circular, inspira-se na forma platónica do círculo como metáfora de fluidez, centralidade e não-linearidade.
O parque é estruturado por zonas de uso desportivo (circuito de manutenção e ginásio ao ar livre), uso recreativo (parque infantil), uso contemplativo (miradouros e zonas de estar), uso cultural (anfiteatro) e uma unidade de apoio com restaurante, instalações sanitárias e ponto de atendimento. Este edifício destaca-se pela sua forma circular, orientação solar otimizada e estrutura em betão armado com revestimentos e elementos em madeira de criptoméria, material endógeno dos Açores.
A composição arquitetónica, baseada num exoesqueleto curvo de betão, é simultaneamente robusta e poética. A madeira, usada como elemento de sombreamento e acabamento, reforça a identidade local. A cobertura inclinada, com sistema de drenagem natural, contribui para a integração paisagística e sustentabilidade da construção.
Os miradouros — superior e inferior — em plataformas de madeira sobre fundações discretas, permitem contemplar vistas amplas sobre a baía e a Igreja Matriz de Lagoa, reforçando a intenção de mínima intrusão no terreno e máxima valorização da paisagem.
O projeto revela um compromisso com a acessibilidade, a gestão sustentável da água (através de soluções como infiltração natural e ausência de impermeabilização nos decks), e uma clara contenção orçamental. A escolha criteriosa dos materiais — betão, criptoméria, vidro e cerâmicos — responde a exigências sísmicas, climáticas e estéticas, garantindo longevidade, resistência e uma leitura coerente com o contexto insular açoriano.
Mais do que uma intervenção isolada, esta requalificação representa uma estratégia urbana de reaproximação entre a cidade, a paisagem e os seus habitantes, promovendo um espaço público de qualidade que valoriza o território e a identidade local. A obra arranca em janeiro de 2026.
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O projeto de requalificação da zona norte da Baía de Santa Cruz, em Lagoa — São Miguel (Açores), constitui um exercício de desenho urbano e paisagístico que procura ampliar e complementar a zona balnear existente a sul da Avenida do Mar. Assinado pelo atelier LA-ArchStudio em parceria com o o gabinete de paisagismo AboutLand, o projeto traduz-se na criação de um parque urbano multifuncional que articula percursos, miradouros, espaços de lazer, desporto e contemplação, oferecendo aos habitantes e visitantes da Lagoa um novo espaço público em contínuo diálogo com o território e o mar.
A proposta organiza-se em torno de três vetores principais: articulação, usos e vistas. A Avenida do Mar, apesar de pouco movimentada, é percecionada como barreira entre o território balnear e o novo parque. Assim, o projeto propõe "coser" os dois territórios através de uma malha de percursos pedonais e cicláveis que garantem continuidade funcional e simbólica. A implantação de rotundas pedonais, de geometria circular, inspira-se na forma platónica do círculo como metáfora de fluidez, centralidade e não-linearidade.
O parque é estruturado por zonas de uso desportivo (circuito de manutenção e ginásio ao ar livre), uso recreativo (parque infantil), uso contemplativo (miradouros e zonas de estar), uso cultural (anfiteatro) e uma unidade de apoio com restaurante, instalações sanitárias e ponto de atendimento. Este edifício destaca-se pela sua forma circular, orientação solar otimizada e estrutura em betão armado com revestimentos e elementos em madeira de criptoméria, material endógeno dos Açores.
A composição arquitetónica, baseada num exoesqueleto curvo de betão, é simultaneamente robusta e poética. A madeira, usada como elemento de sombreamento e acabamento, reforça a identidade local. A cobertura inclinada, com sistema de drenagem natural, contribui para a integração paisagística e sustentabilidade da construção.
Os miradouros — superior e inferior — em plataformas de madeira sobre fundações discretas, permitem contemplar vistas amplas sobre a baía e a Igreja Matriz de Lagoa, reforçando a intenção de mínima intrusão no terreno e máxima valorização da paisagem.
O projeto revela um compromisso com a acessibilidade, a gestão sustentável da água (através de soluções como infiltração natural e ausência de impermeabilização nos decks), e uma clara contenção orçamental. A escolha criteriosa dos materiais — betão, criptoméria, vidro e cerâmicos — responde a exigências sísmicas, climáticas e estéticas, garantindo longevidade, resistência e uma leitura coerente com o contexto insular açoriano.
Mais do que uma intervenção isolada, esta requalificação representa uma estratégia urbana de reaproximação entre a cidade, a paisagem e os seus habitantes, promovendo um espaço público de qualidade que valoriza o território e a identidade local. A obra arranca em janeiro de 2026.