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Opinião Arqº Rui Sá Correia: "O Artefacto Arquitetónico e a Paisagem"

Categoria:  Newsletter Premium

Publicado

Rui Sá Correia - opinião-destaque

Rui Sá Correia - opinião

Se o artefacto arquitectónico foi uma afirmação da supremacia do Homem perante a natureza e se, através do direito a essa supremacia, o Homem se foi afastando da paisagem que o acolheu, é também aceitável que hoje percebamos a necessidade de integrar esse artefacto na paisagem, ao invés daquilo que tem sido amiúde realizado: o acontecimento de fenómenos sectoriais resultante de uma absoluta ausência de conhecimento do território.

A arquitectura que é, em muitas situações, a idealização do seu autor e/ou a determinação do dono de obra e escassas vezes o resultado do reconhecimento e consequente interpretação das características do lugar, resulta, assim num ato alienatório e desprovido de qualquer significado. O autor é aquele que disponibiliza os seus conhecimentos para interpretar o lugar para, posteriormente, poder desenvolver uma solução que se enquadra sustentavelmente no sítio, evitando imposições economicistas e/ou especulativas.

É o resultado de uma descodificação dos mecanismos regedores da paisagem, assim como do respeito pelas preexistências que estruturam o artefacto arquitectónico, num ato respeitoso dos sistemas biofísico e sociocultural mas também do espírito do lugar, o genius loci.

Não se trata de assumir uma diluição daquele artefacto na paisagem, trata-se, sim, de uma integração atenta, pois se o objeto assume uma temporalidade petrificada num tempo que perdurará por várias gerações e que se caracteriza por um princípio, um uso e um fim; a paisagem naturalizada, ao invés, assume uma mutabilidade constante, numa incessante busca por um equilíbrio onde o mínimo consumo energético é o objectivo.

A necessidade de nos relacionarmos com a paisagem é ancestral. Quando nos sedentarizámos fomos naturalmente impelidos a mimetizar a natureza tanto nos parques como nos jardins porque não soubemos interpretar a paisagem que nos rodeia, enaltecemos a nossa vontade em detrimento da paisagem que nos envolvia.

As sinergias que advêm da relação entre o paisagista e o arquitecto, tantas vezes negligenciadas, devem, portanto, ser enaltecidas uma vez que a articulação entre estas áreas do conhecimento permite a integração do artefacto arquitectónico na paisagem, assegurando a qualidade de vida daqueles que o habitam, assim como a preservação e a integração dos valores ecológicos. Quando estas áreas do conhecimento se empenham na partilha de sinergias, assumindo uma atitude de complementaridade, retoma-se a relação perdida entre o Homem e a paisagem, o que resulta numa melhoria do nosso bem-estar, assim como numa recriação sustentável e equilibrada da paisagem que nos fornece todos os bens necessários à nossa sobrevivência.

Gabinete:

[INOUTSIDE | ARQUITETURA]( https://www.anteprojectos.com.pt/empresa/20910/inoutside-arquitetura/)

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Contacto

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aleitao@anteprojectos.com.pt

Directora Geral

Av. Álvares Cabral, nº 61, 6º andar | 1250-017 Lisboa

Telefone 211 308 758 / 966 863 541

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Se o artefacto arquitectónico foi uma afirmação da supremacia do Homem perante a natureza e se, através do direito a essa supremacia, o Homem se foi afastando da paisagem que o acolheu, é também aceitável que hoje percebamos a necessidade de integrar esse artefacto na paisagem, ao invés daquilo que tem sido amiúde realizado: o acontecimento de fenómenos sectoriais resultante de uma absoluta ausência de conhecimento do território.

A arquitectura que é, em muitas situações, a idealização do seu autor e/ou a determinação do dono de obra e escassas vezes o resultado do reconhecimento e consequente interpretação das características do lugar, resulta, assim num ato alienatório e desprovido de qualquer significado. O autor é aquele que disponibiliza os seus conhecimentos para interpretar o lugar para, posteriormente, poder desenvolver uma solução que se enquadra sustentavelmente no sítio, evitando imposições economicistas e/ou especulativas.

É o resultado de uma descodificação dos mecanismos regedores da paisagem, assim como do respeito pelas preexistências que estruturam o artefacto arquitectónico, num ato respeitoso dos sistemas biofísico e sociocultural mas também do espírito do lugar, o genius loci.

Não se trata de assumir uma diluição daquele artefacto na paisagem, trata-se, sim, de uma integração atenta, pois se o objeto assume uma temporalidade petrificada num tempo que perdurará por várias gerações e que se caracteriza por um princípio, um uso e um fim; a paisagem naturalizada, ao invés, assume uma mutabilidade constante, numa incessante busca por um equilíbrio onde o mínimo consumo energético é o objectivo.

A necessidade de nos relacionarmos com a paisagem é ancestral. Quando nos sedentarizámos fomos naturalmente impelidos a mimetizar a natureza tanto nos parques como nos jardins porque não soubemos interpretar a paisagem que nos rodeia, enaltecemos a nossa vontade em detrimento da paisagem que nos envolvia.

As sinergias que advêm da relação entre o paisagista e o arquitecto, tantas vezes negligenciadas, devem, portanto, ser enaltecidas uma vez que a articulação entre estas áreas do conhecimento permite a integração do artefacto arquitectónico na paisagem, assegurando a qualidade de vida daqueles que o habitam, assim como a preservação e a integração dos valores ecológicos. Quando estas áreas do conhecimento se empenham na partilha de sinergias, assumindo uma atitude de complementaridade, retoma-se a relação perdida entre o Homem e a paisagem, o que resulta numa melhoria do nosso bem-estar, assim como numa recriação sustentável e equilibrada da paisagem que nos fornece todos os bens necessários à nossa sobrevivência.

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A arquitectura que é, em muitas situações, a idealização do seu autor e/ou a determinação do dono de obra e escassas vezes o resultado do reconhecimento e consequente interpretação das características do lugar, resulta, assim num ato alienatório e desprovido de qualquer significado. O autor é aquele que disponibiliza os seus conhecimentos para interpretar o lugar para, posteriormente, poder desenvolver uma solução que se enquadra sustentavelmente no sítio, evitando imposições economicistas e/ou especulativas.

É o resultado de uma descodificação dos mecanismos regedores da paisagem, assim como do respeito pelas preexistências que estruturam o artefacto arquitectónico, num ato respeitoso dos sistemas biofísico e sociocultural mas também do espírito do lugar, o genius loci.

Não se trata de assumir uma diluição daquele artefacto na paisagem, trata-se, sim, de uma integração atenta, pois se o objeto assume uma temporalidade petrificada num tempo que perdurará por várias gerações e que se caracteriza por um princípio, um uso e um fim; a paisagem naturalizada, ao invés, assume uma mutabilidade constante, numa incessante busca por um equilíbrio onde o mínimo consumo energético é o objectivo.

A necessidade de nos relacionarmos com a paisagem é ancestral. Quando nos sedentarizámos fomos naturalmente impelidos a mimetizar a natureza tanto nos parques como nos jardins porque não soubemos interpretar a paisagem que nos rodeia, enaltecemos a nossa vontade em detrimento da paisagem que nos envolvia.

As sinergias que advêm da relação entre o paisagista e o arquitecto, tantas vezes negligenciadas, devem, portanto, ser enaltecidas uma vez que a articulação entre estas áreas do conhecimento permite a integração do artefacto arquitectónico na paisagem, assegurando a qualidade de vida daqueles que o habitam, assim como a preservação e a integração dos valores ecológicos. Quando estas áreas do conhecimento se empenham na partilha de sinergias, assumindo uma atitude de complementaridade, retoma-se a relação perdida entre o Homem e a paisagem, o que resulta numa melhoria do nosso bem-estar, assim como numa recriação sustentável e equilibrada da paisagem que nos fornece todos os bens necessários à nossa sobrevivência.

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