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Publicado
DIANA DEL-NEGRO
ARQUITECTA, PHD EM ILUMINAÇÃO
FUNDADORA DA LIGHTWARE
Nós, os arquitectos, somos treinados para pensar nos edifícios e no urbanismo em função da luz natural. Estudamos a forma como esta molda a arquitectura e aprendemos a adaptar as formas aos movimentos do sol ao longo do dia e das estações. Deste exercício, resultaram, ao longo de milénios, formas sublimes, arquitecturas que convocam emoções, relacionadas com a qualidade e quantidade de luz que capturam.
Contudo, a maior parte dos colegas esquece-se da extraordinária ferramenta que é a iluminação artificial. Normalmente, pensam que esta é uma disciplina meramente funcional que cabe à engenharia, electricistas ou aos distribuidores de luminárias. Preocupam-se assim, com o desenho do equipamento e raramente com o desenho da luz. Poderia dizer-se que, neste momento e nesta área, estamos num ponto comparável àquele, em que, se considerava adequado entregar o desenho de um edifício a um engenheiro civil ou a um empreiteiro.
A técnica da iluminação arquitectónica permite manipular e transformar a percepção dos espaços e actuar em diferentes vertentes no que diz respeito à sua utilização. Por exemplo, contribuir para a transformação social de um lugar, auxiliar na orientação espacial e temporal de exteriores ou interiores, e promover ou desmotivar a permanência num espaço.
Em hotelaria, restauração e quaisquer serviços, a qualidade da luz é, sobretudo, aquilo que faz a diferença entre um ambiente de excelência e um ambiente medíocre. O cliente tem, inconscientemente, uma imediata percepção de estar perante um serviço de maior ou menor valor.
No urbanismo, é a iluminação artificial que permite uma boa navegação espacial nocturna e o usufruto correcto dos diferentes espaços que compõem a cidade. No projecto de iluminação da rotunda do Marquês de Pombal, procurei introduzir fundamentalmente dois objectivos - a criação de hierarquias visuais e a orientação dos automobilistas. Isto é conseguido através do destaque da estátua, assim como, pela introdução de um anel de luz no pavimento em seu redor. Ao mesmo tempo, a ciclovia, com menor protagonismo, é apenas sinalizada, por pequenos pontos luminosos, que convergem ao ponto de fuga do parque Eduardo VII. Quanto à iluminação viária, possui um conceito original,
de procurar auxiliar os condutores a escolher o anel de rotunda correcto, através da utilização de duas temperaturas de cor distintas. O anel interior, de cor laranja, dá acesso a vias com a mesma cor, e o anel exterior, iluminado com luz branca permite aceder às vias também iluminadas a branco. Assim, e antes de entrar na rotunda, o condutor poderá decidir intuitivamente para que faixa seguir.
A luz tem uma imensa capacidade transformadora da percepção, mesmo nos espaços mais inesperados. Por exemplo, no projecto que a Lightware fez para os postos de combustível para a BP-Hugsan, lugares comuns durante o dia transformaram-se por completo à noite. A criação de caixas de luz filtrada permitiu tornar os postos em pontos de atracção para clientes, mas também em confortáveis lugares de permanência nocturna. A ideia de bombas de gasolina como lugares desagradáveis e de passagem foi completamente desmontada por meio do projecto de iluminação.
A iluminação artificial pode ser um poderoso aliado da arquitectura e introduzir verdadeiro valor se bem realizada. É isso que procuro fazer todos os dias.
Publicado
DIANA DEL-NEGRO
ARQUITECTA, PHD EM ILUMINAÇÃO
FUNDADORA DA LIGHTWARE
Nós, os arquitectos, somos treinados para pensar nos edifícios e no urbanismo em função da luz natural. Estudamos a forma como esta molda a arquitectura e aprendemos a adaptar as formas aos movimentos do sol ao longo do dia e das estações. Deste exercício, resultaram, ao longo de milénios, formas sublimes, arquitecturas que convocam emoções, relacionadas com a qualidade e quantidade de luz que capturam.
Contudo, a maior parte dos colegas esquece-se da extraordinária ferramenta que é a iluminação artificial. Normalmente, pensam que esta é uma disciplina meramente funcional que cabe à engenharia, electricistas ou aos distribuidores de luminárias. Preocupam-se assim, com o desenho do equipamento e raramente com o desenho da luz. Poderia dizer-se que, neste momento e nesta área, estamos num ponto comparável àquele, em que, se considerava adequado entregar o desenho de um edifício a um engenheiro civil ou a um empreiteiro.
A técnica da iluminação arquitectónica permite manipular e transformar a percepção dos espaços e actuar em diferentes vertentes no que diz respeito à sua utilização. Por exemplo, contribuir para a transformação social de um lugar, auxiliar na orientação espacial e temporal de exteriores ou interiores, e promover ou desmotivar a permanência num espaço.
Em hotelaria, restauração e quaisquer serviços, a qualidade da luz é, sobretudo, aquilo que faz a diferença entre um ambiente de excelência e um ambiente medíocre. O cliente tem, inconscientemente, uma imediata percepção de estar perante um serviço de maior ou menor valor.
No urbanismo, é a iluminação artificial que permite uma boa navegação espacial nocturna e o usufruto correcto dos diferentes espaços que compõem a cidade. No projecto de iluminação da rotunda do Marquês de Pombal, procurei introduzir fundamentalmente dois objectivos - a criação de hierarquias visuais e a orientação dos automobilistas. Isto é conseguido através do destaque da estátua, assim como, pela introdução de um anel de luz no pavimento em seu redor. Ao mesmo tempo, a ciclovia, com menor protagonismo, é apenas sinalizada, por pequenos pontos luminosos, que convergem ao ponto de fuga do parque Eduardo VII. Quanto à iluminação viária, possui um conceito original,
de procurar auxiliar os condutores a escolher o anel de rotunda correcto, através da utilização de duas temperaturas de cor distintas. O anel interior, de cor laranja, dá acesso a vias com a mesma cor, e o anel exterior, iluminado com luz branca permite aceder às vias também iluminadas a branco. Assim, e antes de entrar na rotunda, o condutor poderá decidir intuitivamente para que faixa seguir.
A luz tem uma imensa capacidade transformadora da percepção, mesmo nos espaços mais inesperados. Por exemplo, no projecto que a Lightware fez para os postos de combustível para a BP-Hugsan, lugares comuns durante o dia transformaram-se por completo à noite. A criação de caixas de luz filtrada permitiu tornar os postos em pontos de atracção para clientes, mas também em confortáveis lugares de permanência nocturna. A ideia de bombas de gasolina como lugares desagradáveis e de passagem foi completamente desmontada por meio do projecto de iluminação.
A iluminação artificial pode ser um poderoso aliado da arquitectura e introduzir verdadeiro valor se bem realizada. É isso que procuro fazer todos os dias.
Publicado
DIANA DEL-NEGRO
ARQUITECTA, PHD EM ILUMINAÇÃO
FUNDADORA DA LIGHTWARE
Nós, os arquitectos, somos treinados para pensar nos edifícios e no urbanismo em função da luz natural. Estudamos a forma como esta molda a arquitectura e aprendemos a adaptar as formas aos movimentos do sol ao longo do dia e das estações. Deste exercício, resultaram, ao longo de milénios, formas sublimes, arquitecturas que convocam emoções, relacionadas com a qualidade e quantidade de luz que capturam.
Contudo, a maior parte dos colegas esquece-se da extraordinária ferramenta que é a iluminação artificial. Normalmente, pensam que esta é uma disciplina meramente funcional que cabe à engenharia, electricistas ou aos distribuidores de luminárias. Preocupam-se assim, com o desenho do equipamento e raramente com o desenho da luz. Poderia dizer-se que, neste momento e nesta área, estamos num ponto comparável àquele, em que, se considerava adequado entregar o desenho de um edifício a um engenheiro civil ou a um empreiteiro.
A técnica da iluminação arquitectónica permite manipular e transformar a percepção dos espaços e actuar em diferentes vertentes no que diz respeito à sua utilização. Por exemplo, contribuir para a transformação social de um lugar, auxiliar na orientação espacial e temporal de exteriores ou interiores, e promover ou desmotivar a permanência num espaço.
Em hotelaria, restauração e quaisquer serviços, a qualidade da luz é, sobretudo, aquilo que faz a diferença entre um ambiente de excelência e um ambiente medíocre. O cliente tem, inconscientemente, uma imediata percepção de estar perante um serviço de maior ou menor valor.
No urbanismo, é a iluminação artificial que permite uma boa navegação espacial nocturna e o usufruto correcto dos diferentes espaços que compõem a cidade. No projecto de iluminação da rotunda do Marquês de Pombal, procurei introduzir fundamentalmente dois objectivos - a criação de hierarquias visuais e a orientação dos automobilistas. Isto é conseguido através do destaque da estátua, assim como, pela introdução de um anel de luz no pavimento em seu redor. Ao mesmo tempo, a ciclovia, com menor protagonismo, é apenas sinalizada, por pequenos pontos luminosos, que convergem ao ponto de fuga do parque Eduardo VII. Quanto à iluminação viária, possui um conceito original,
de procurar auxiliar os condutores a escolher o anel de rotunda correcto, através da utilização de duas temperaturas de cor distintas. O anel interior, de cor laranja, dá acesso a vias com a mesma cor, e o anel exterior, iluminado com luz branca permite aceder às vias também iluminadas a branco. Assim, e antes de entrar na rotunda, o condutor poderá decidir intuitivamente para que faixa seguir.
A luz tem uma imensa capacidade transformadora da percepção, mesmo nos espaços mais inesperados. Por exemplo, no projecto que a Lightware fez para os postos de combustível para a BP-Hugsan, lugares comuns durante o dia transformaram-se por completo à noite. A criação de caixas de luz filtrada permitiu tornar os postos em pontos de atracção para clientes, mas também em confortáveis lugares de permanência nocturna. A ideia de bombas de gasolina como lugares desagradáveis e de passagem foi completamente desmontada por meio do projecto de iluminação.
A iluminação artificial pode ser um poderoso aliado da arquitectura e introduzir verdadeiro valor se bem realizada. É isso que procuro fazer todos os dias.