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Publicado
NUNO LADEIRO Arquitecto
O setor da construção em Portugal tem tido nos últimos anos uma dinâmica assinalável. Depois da crise económica de 2008-2012, que afetou seriamente a arquitetura e a construção, os últimos anos e em particular o ano de 2021 foram “férteis” para o setor da construção e consequentemente para a arquitetura. No entanto, há a assinalar uma cada vez maior padronização da arquitetura, por força da informatização e pela velocidade com que os arquitetos criam soluções para dar resposta a um sector imobiliário “feroz”, que sustenta cada vez mais a frágil economia portuguesa. São frequentes as semelhanças entre os projetos arquitetónicos, salvo raras exceções. Para uma abordagem interpretativa eficaz e temática do significado de padronização, necessário compreender as inter-relações existentes entre a composição formal, que diz respeito à forma, à organização e composição, e os indicadores culturais integrados na imagem da arquitetura, que podem ser interpretados através de métodos de simiologia. As metodologias relacionadas com a psicologia da forma, da qual faz parte o conceito Gestalt, são importantes tanto na prática da Arquitetura enquanto criação ou projeto, mas também como interpretação de comportamentos da perceção visual humana da obra arquitetónica acabada. Não é por acaso que existe um gosto dominante que tem a ver com a facilidade com que o ser humano apreende as formas. As formas cilíndricas, por exemplo, lêem-se melhor do que as formas prismáticas, pois a nossa vista determina a estrutura exata do cilindro, enquanto o prisma tem de revelar o número das suas faces e o nosso olhar é normalmente lento na passagem de uma face para a seguinte. No primeiro caso, a operação do olhar é realizada quase instantaneamente, enquanto que no segundo não é tão rápida. Assim, o gosto dominante faz-se pela forma geométrica simples, pois esta tende a complementar-se mesmo se parecer incompleta ao olhar. Existe uma tendência para percecionarmos o mais facilmente possível. Por essa razão o gosto dominante tende para configurações simples, regulares, simétricas, fechadas e equilibradas, em vez de formas complexas, confusas e fragmentadas, como aconteceu por exemplo no período da arquitetura pós moderna. As formas mais simples, mais regulares e platónicas, como as planas (círculo, quadrado, triângulo e equilátero) e as volumétricas (esfera, cubo, tetraedro e icosaedro) são as mais resistentes a qualquer mudança física, devido à sua simplicidade estrutural, porque se fixam nos padrões geométricos percetivos primários. Para o futuro, corremos um sério risco de transformar a arquitetura num produto cada vez mais comercial e padronizado e esquecer que as cidades foram construídas com base na diversidade.
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NUNO LADEIRO Arquitecto
O setor da construção em Portugal tem tido nos últimos anos uma dinâmica assinalável. Depois da crise económica de 2008-2012, que afetou seriamente a arquitetura e a construção, os últimos anos e em particular o ano de 2021 foram “férteis” para o setor da construção e consequentemente para a arquitetura. No entanto, há a assinalar uma cada vez maior padronização da arquitetura, por força da informatização e pela velocidade com que os arquitetos criam soluções para dar resposta a um sector imobiliário “feroz”, que sustenta cada vez mais a frágil economia portuguesa. São frequentes as semelhanças entre os projetos arquitetónicos, salvo raras exceções. Para uma abordagem interpretativa eficaz e temática do significado de padronização, necessário compreender as inter-relações existentes entre a composição formal, que diz respeito à forma, à organização e composição, e os indicadores culturais integrados na imagem da arquitetura, que podem ser interpretados através de métodos de simiologia. As metodologias relacionadas com a psicologia da forma, da qual faz parte o conceito Gestalt, são importantes tanto na prática da Arquitetura enquanto criação ou projeto, mas também como interpretação de comportamentos da perceção visual humana da obra arquitetónica acabada. Não é por acaso que existe um gosto dominante que tem a ver com a facilidade com que o ser humano apreende as formas. As formas cilíndricas, por exemplo, lêem-se melhor do que as formas prismáticas, pois a nossa vista determina a estrutura exata do cilindro, enquanto o prisma tem de revelar o número das suas faces e o nosso olhar é normalmente lento na passagem de uma face para a seguinte. No primeiro caso, a operação do olhar é realizada quase instantaneamente, enquanto que no segundo não é tão rápida. Assim, o gosto dominante faz-se pela forma geométrica simples, pois esta tende a complementar-se mesmo se parecer incompleta ao olhar. Existe uma tendência para percecionarmos o mais facilmente possível. Por essa razão o gosto dominante tende para configurações simples, regulares, simétricas, fechadas e equilibradas, em vez de formas complexas, confusas e fragmentadas, como aconteceu por exemplo no período da arquitetura pós moderna. As formas mais simples, mais regulares e platónicas, como as planas (círculo, quadrado, triângulo e equilátero) e as volumétricas (esfera, cubo, tetraedro e icosaedro) são as mais resistentes a qualquer mudança física, devido à sua simplicidade estrutural, porque se fixam nos padrões geométricos percetivos primários. Para o futuro, corremos um sério risco de transformar a arquitetura num produto cada vez mais comercial e padronizado e esquecer que as cidades foram construídas com base na diversidade.
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NUNO LADEIRO Arquitecto
O setor da construção em Portugal tem tido nos últimos anos uma dinâmica assinalável. Depois da crise económica de 2008-2012, que afetou seriamente a arquitetura e a construção, os últimos anos e em particular o ano de 2021 foram “férteis” para o setor da construção e consequentemente para a arquitetura. No entanto, há a assinalar uma cada vez maior padronização da arquitetura, por força da informatização e pela velocidade com que os arquitetos criam soluções para dar resposta a um sector imobiliário “feroz”, que sustenta cada vez mais a frágil economia portuguesa. São frequentes as semelhanças entre os projetos arquitetónicos, salvo raras exceções. Para uma abordagem interpretativa eficaz e temática do significado de padronização, necessário compreender as inter-relações existentes entre a composição formal, que diz respeito à forma, à organização e composição, e os indicadores culturais integrados na imagem da arquitetura, que podem ser interpretados através de métodos de simiologia. As metodologias relacionadas com a psicologia da forma, da qual faz parte o conceito Gestalt, são importantes tanto na prática da Arquitetura enquanto criação ou projeto, mas também como interpretação de comportamentos da perceção visual humana da obra arquitetónica acabada. Não é por acaso que existe um gosto dominante que tem a ver com a facilidade com que o ser humano apreende as formas. As formas cilíndricas, por exemplo, lêem-se melhor do que as formas prismáticas, pois a nossa vista determina a estrutura exata do cilindro, enquanto o prisma tem de revelar o número das suas faces e o nosso olhar é normalmente lento na passagem de uma face para a seguinte. No primeiro caso, a operação do olhar é realizada quase instantaneamente, enquanto que no segundo não é tão rápida. Assim, o gosto dominante faz-se pela forma geométrica simples, pois esta tende a complementar-se mesmo se parecer incompleta ao olhar. Existe uma tendência para percecionarmos o mais facilmente possível. Por essa razão o gosto dominante tende para configurações simples, regulares, simétricas, fechadas e equilibradas, em vez de formas complexas, confusas e fragmentadas, como aconteceu por exemplo no período da arquitetura pós moderna. As formas mais simples, mais regulares e platónicas, como as planas (círculo, quadrado, triângulo e equilátero) e as volumétricas (esfera, cubo, tetraedro e icosaedro) são as mais resistentes a qualquer mudança física, devido à sua simplicidade estrutural, porque se fixam nos padrões geométricos percetivos primários. Para o futuro, corremos um sério risco de transformar a arquitetura num produto cada vez mais comercial e padronizado e esquecer que as cidades foram construídas com base na diversidade.