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Autor da entrevista | Anteprojectos
O que a fez escolher esta profissão? Fala-nos um pouco do seu percurso nesta área? @Susan: Pergunta interessante, a paixão pelo processo criativo, estar em vários projetos ao mesmo tempo e poder pôr ao serviço dos outros o meu conhecimento e ajudar o outro. Ver que antes era um terreno e depois existe um edifício, pessoas e há uma solução sustentável é o meu maior gozo na minha profissão. É a paixão que me move todos os dias. Percurso profissional, especialização em reabilitação de edifícios na Lusíada e como delegada de turma e o trabalho final de curso no centro histórico de Óbidos, deu-me a oportunidade de estagiar e trabalhar na Câmara Municipal de Óbidos durante quase três anos. Aprendi como a organização funciona internamente e como a legislação urbanística toda se articula, o meu orientador de estágio foi fundamental na paixão que tenho pela componente legal do urbanismo. Depois disso, tive uma rápida passagem por uma imobiliária, no Cadaval, onde consegui entender que o meu perfil era estar na parte das vendas, do cliente e apoiar o mesmo a concretizar os seus sonhos. Desenvolvi a experiência comercial posteriormente em Ludus Piscina e durante três anos tive o desafio que me levou a criar a Konceptness, na construtora e importadora Prefame. O culminar com a vontade de saber mais sobre como ser melhor técnica comercial, fez-me seguir o Mestrado no Iscte de Sales Management e com a tese de final de curso e o percurso e conhecimento na área de licenciamento urbanístico, licenciamento de atividades económicas, mais focado no licenciamento industrial e experiência em obra, levou-me a seguir a paixão de ajudar os outros, mas agora de forma “anglo-saxónia” pondo o conhecimento em prol do cliente na Konceptness. A Konceptness tem 13 anos de presença no mercado, onde já tenho 17 anos de experiência. Acrescentando a este percurso, enquanto estava na Câmara Municipal de Óbidos tive a oportunidade de tirar o Curso de Perita de Higiene e Segurança e no arranque da Konceptness, com o surgir da obrigatoriedade da nova legislação de Segurança Contra Incêndios, tiro o curso de perito de Segurança Contra Incêndios, área onde a Konceptness também tem reconhecimento no mercado e é muito forte. Obrigado pela pergunta, fez-me fazer uma retrospetiva do caminho percorrido e da paixão que me move todos os dias. Tem estado ligada a vários projetos em Portugal e no estrangeiro. No seu entender a que se deve este percurso ascendente na sua carreira? @Susan: Sim, felizmente temos tido a confiança de vários clientes portugueses, incluindo as ilhas que tenho imenso carinho. Vários projetos de estrangeiros que investem em Portugal e onde interagimos com equipas de vários países e já com presença em Angola.
Razões para isto acontecer:
O seu trabalho já está internacionalizado. Aspira novos mercados no estrangeiro ou considera que há muito a fazer em Portugal, particularmente na Reabilitação? @Susan: Estamos agora em condições de internacionalizar, ter o nosso escritório em Toronto Canadá. A Konceptness foi criada para crescer primeiramente para este mercado, temos a nossa marca registada no Canadá desde setembro de 2016, quer dizer que a visão desde o início existiu e por isso o nome de fácil captação em qualquer país.
Há ainda espaço para se continuar a reabilitar? @Susan: Sim, muito sim. Fez-se muitos nos últimos 10 anos felizmente, houve um crescimento nos últimos dois anos por obras novas, mas ainda temos internamente uma grande procura na reabilitação. Usar e readaptar e reutilizar o património atual, é sempre algo que vemos com bons olhos. Quando é realmente uma solução rentável para o cliente.
O turismo tem tido um papel importante no desenvolvimento da reabilitação em Portugal? @Susan: Sim, os apoios comunitários, a vinda de grandes grupos hoteleiros e económicos para Portugal tem sido uma grande fonte de crescimento, mas muito ainda se pode fazer. Com esta situação Covid, aumentou os edifícios que precisam de novo dono ou inquilino e que possamos apoiar a empresa a fazer crescer um novo sonho para o local. O que nos dá mais gozo é ver a intervenção que temos responsabilidade, mas visitar e notar a dinâmica das pessoas, das viaturas, de todo o movimento e se fizemos um bom trabalho a pensar o projeto. É sempre muito positivo, um edifício que neste momento não tem qualquer uso perante as necessidades da sociedade, serem usados, com a sua história e mais valias, para novos projetos que se tornam únicos e que realçam o que de melhor tem a nossa história e cultura. Portugal para mim é dos países do mundo com mais história e que faz todo o sentido preservar.
Como é que encara o futuro desta profissão em Portugal? E acha que o vosso trabalho poderá mexer com as tendências no sector? Consideram que o sector está em crescente com novo rumo desde a crise no sector? @Susan: Encaro de uma forma muito positiva, mas deixo vários alertas que são importantes. Quem está na Indústria AEC precisa realmente dar o passo para pôr a tecnologia ao serviço da nossa indústria. A indústria tem de dar o salto e estar ao nível dos nossos parceiros europeus e internacionais. Se queremos receber clientes estrangeiros e concorrer com os mesmos nos seus países, temos que estar à frente deles. Os técnicos, arquitetos e engenheiros têm de estar atentos ao mercado, às necessidades quanto à sustentabilidade, às necessidades em termos de edifícios energeticamente sustentáveis. Vamos a isso, agarremos estas oportunidades. O Covid permitiu ver quem estava preparado e se adaptou rapidamente e quem simplesmente se queixa e espera que melhores dias chegam. Eu vejo estas situações como novos desafios e novas oportunidades. Esperamos ser desafiados, nós olhamos positivamente o mercado AEC não só porque não se fragilizou com o Covid e muitos aproveitaram esta oportunidade, aprenderam com a crise económica recente a anterior. Vejo com apreensão ainda o rácio de Arquitetos por habitantes em Portugal. Comparando com outros países como o Canadá, preocupa-me, porque existem arquitetos que têm de mudar de profissão para poderem “sobreviver” no mercado português. Ainda hoje entrevisto Arquitetos que durante os primeiros anos de carreira, infelizmente não tiveram a oportunidade como tive de começar logo a aprender na área da Arquitetura.
Que expectativas tem da arquitetura em Portugal? @Susan: já respondi anteriormente, acho eu.
Que conselhos, sugestões deixaria para os interessados e jovens arquitetos(as) e para os que estão a começar carreira? @Susan: Tenho muitas dicas para deixar. Adoro receber na Konceptness pessoas que estão ainda a estudar ou a terminar o curso. Dicas importantes, comecem o percurso BIM o mais rápido possível. Criámos a nossa hub formação BIM, para que mais rapidamente pessoas tenham esta formação no mercado. É a maior dificuldade encontrar arquitetos e engenheiros que já trazem a metodologia BIM na cabeça. Deixar de pensar em 2D e passar a ver e a pensar só em 3D com uma tecnologia que permite tomar melhores decisões perante o projeto em desenvolvimento é o futuro, é para ontem, já devíamos estar todos lá. As universidades estão muito atrás neste processo. Tenho todo o gosto em deixar dicas e ajudar na procura deste percurso. Outra dica é, procurem o local onde estejam dispostos a ensinar-vos. Não vão porque o salário é o mais alto, vão pelo projeto, pela empresa, pelo futuro que querem. Adoramos receber pessoas acabadas de sair das universidades, porque vivem as coisas com muita energia, trazem imensas ideias e sabemos que vamos deixar uma marca positiva em mais uma pessoa no mercado e na sociedade. O primeiro emprego, não é só aprender de arquitetura, é entender a realidade totalmente diferente do que se aprende nas faculdades, os desafios diários de projeto, de obra, de pessoas dentro e fora da empresa. Todo o cliente e projeto têm vida própria e cada organização tem a sua forma de lidar com a situação.
Como encara o futuro do seu projeto empresarial, a Konceptness? Que estratégia de negócio? @Susan: Boa pergunta, obrigado por isto. Encaro de forma muito positiva. Na fase Covid eramos 9 e agora somos 16. A perspetiva é sermos desafiados diariamente e agarrarmos os desafios que os clientes nos apresentam e conseguir superar. Temos a implementação BIM a decorrer, estamos a sistematizar a forma como se trabalha internamente com o BIM, portanto os processos de mudança são lentos, mas é muito bom quando fechamos o trimestre e dizemos, conseguimos mais estes passos. Em 2019 tivemos um ano muito positivo, conseguimos as nossas novas instalações em Lisboa, a nossa sede foi desenhada por nós e tem uma capacidade num dos dois pisos de ter 25 técnicos na produção. Agora estão 12 pessoas na produção, mas estamos a aguardar somente o arranque de alguns projetos, para novas integrações. Crescemos conforme o nosso cliente nos obriga, é fantástico. A internacionalização é o próximo passo, temos tudo pronto para isso acontecer. Estamos a fazer estas alterações internas, estivemos primeiro a apoiar os nossos clientes neste momento mais instável com o Covid e queremos muito em breve dar o passo para esta fase tão desejada. Tem de ser feita no momento certo com as bases certas. Estamos prontos, estamos preparados, uma das coisas que o Covid permitiu foi testarmos a nossa resiliência e verificar a flexibilidade com que podemos nos ajustar e que estamos prontos para o futuro.
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Autor da entrevista | Anteprojectos
O que a fez escolher esta profissão? Fala-nos um pouco do seu percurso nesta área? @Susan: Pergunta interessante, a paixão pelo processo criativo, estar em vários projetos ao mesmo tempo e poder pôr ao serviço dos outros o meu conhecimento e ajudar o outro. Ver que antes era um terreno e depois existe um edifício, pessoas e há uma solução sustentável é o meu maior gozo na minha profissão. É a paixão que me move todos os dias. Percurso profissional, especialização em reabilitação de edifícios na Lusíada e como delegada de turma e o trabalho final de curso no centro histórico de Óbidos, deu-me a oportunidade de estagiar e trabalhar na Câmara Municipal de Óbidos durante quase três anos. Aprendi como a organização funciona internamente e como a legislação urbanística toda se articula, o meu orientador de estágio foi fundamental na paixão que tenho pela componente legal do urbanismo. Depois disso, tive uma rápida passagem por uma imobiliária, no Cadaval, onde consegui entender que o meu perfil era estar na parte das vendas, do cliente e apoiar o mesmo a concretizar os seus sonhos. Desenvolvi a experiência comercial posteriormente em Ludus Piscina e durante três anos tive o desafio que me levou a criar a Konceptness, na construtora e importadora Prefame. O culminar com a vontade de saber mais sobre como ser melhor técnica comercial, fez-me seguir o Mestrado no Iscte de Sales Management e com a tese de final de curso e o percurso e conhecimento na área de licenciamento urbanístico, licenciamento de atividades económicas, mais focado no licenciamento industrial e experiência em obra, levou-me a seguir a paixão de ajudar os outros, mas agora de forma “anglo-saxónia” pondo o conhecimento em prol do cliente na Konceptness. A Konceptness tem 13 anos de presença no mercado, onde já tenho 17 anos de experiência. Acrescentando a este percurso, enquanto estava na Câmara Municipal de Óbidos tive a oportunidade de tirar o Curso de Perita de Higiene e Segurança e no arranque da Konceptness, com o surgir da obrigatoriedade da nova legislação de Segurança Contra Incêndios, tiro o curso de perito de Segurança Contra Incêndios, área onde a Konceptness também tem reconhecimento no mercado e é muito forte. Obrigado pela pergunta, fez-me fazer uma retrospetiva do caminho percorrido e da paixão que me move todos os dias. Tem estado ligada a vários projetos em Portugal e no estrangeiro. No seu entender a que se deve este percurso ascendente na sua carreira? @Susan: Sim, felizmente temos tido a confiança de vários clientes portugueses, incluindo as ilhas que tenho imenso carinho. Vários projetos de estrangeiros que investem em Portugal e onde interagimos com equipas de vários países e já com presença em Angola.
Razões para isto acontecer:
O seu trabalho já está internacionalizado. Aspira novos mercados no estrangeiro ou considera que há muito a fazer em Portugal, particularmente na Reabilitação? @Susan: Estamos agora em condições de internacionalizar, ter o nosso escritório em Toronto Canadá. A Konceptness foi criada para crescer primeiramente para este mercado, temos a nossa marca registada no Canadá desde setembro de 2016, quer dizer que a visão desde o início existiu e por isso o nome de fácil captação em qualquer país.
Há ainda espaço para se continuar a reabilitar? @Susan: Sim, muito sim. Fez-se muitos nos últimos 10 anos felizmente, houve um crescimento nos últimos dois anos por obras novas, mas ainda temos internamente uma grande procura na reabilitação. Usar e readaptar e reutilizar o património atual, é sempre algo que vemos com bons olhos. Quando é realmente uma solução rentável para o cliente.
O turismo tem tido um papel importante no desenvolvimento da reabilitação em Portugal? @Susan: Sim, os apoios comunitários, a vinda de grandes grupos hoteleiros e económicos para Portugal tem sido uma grande fonte de crescimento, mas muito ainda se pode fazer. Com esta situação Covid, aumentou os edifícios que precisam de novo dono ou inquilino e que possamos apoiar a empresa a fazer crescer um novo sonho para o local. O que nos dá mais gozo é ver a intervenção que temos responsabilidade, mas visitar e notar a dinâmica das pessoas, das viaturas, de todo o movimento e se fizemos um bom trabalho a pensar o projeto. É sempre muito positivo, um edifício que neste momento não tem qualquer uso perante as necessidades da sociedade, serem usados, com a sua história e mais valias, para novos projetos que se tornam únicos e que realçam o que de melhor tem a nossa história e cultura. Portugal para mim é dos países do mundo com mais história e que faz todo o sentido preservar.
Como é que encara o futuro desta profissão em Portugal? E acha que o vosso trabalho poderá mexer com as tendências no sector? Consideram que o sector está em crescente com novo rumo desde a crise no sector? @Susan: Encaro de uma forma muito positiva, mas deixo vários alertas que são importantes. Quem está na Indústria AEC precisa realmente dar o passo para pôr a tecnologia ao serviço da nossa indústria. A indústria tem de dar o salto e estar ao nível dos nossos parceiros europeus e internacionais. Se queremos receber clientes estrangeiros e concorrer com os mesmos nos seus países, temos que estar à frente deles. Os técnicos, arquitetos e engenheiros têm de estar atentos ao mercado, às necessidades quanto à sustentabilidade, às necessidades em termos de edifícios energeticamente sustentáveis. Vamos a isso, agarremos estas oportunidades. O Covid permitiu ver quem estava preparado e se adaptou rapidamente e quem simplesmente se queixa e espera que melhores dias chegam. Eu vejo estas situações como novos desafios e novas oportunidades. Esperamos ser desafiados, nós olhamos positivamente o mercado AEC não só porque não se fragilizou com o Covid e muitos aproveitaram esta oportunidade, aprenderam com a crise económica recente a anterior. Vejo com apreensão ainda o rácio de Arquitetos por habitantes em Portugal. Comparando com outros países como o Canadá, preocupa-me, porque existem arquitetos que têm de mudar de profissão para poderem “sobreviver” no mercado português. Ainda hoje entrevisto Arquitetos que durante os primeiros anos de carreira, infelizmente não tiveram a oportunidade como tive de começar logo a aprender na área da Arquitetura.
Que expectativas tem da arquitetura em Portugal? @Susan: já respondi anteriormente, acho eu.
Que conselhos, sugestões deixaria para os interessados e jovens arquitetos(as) e para os que estão a começar carreira? @Susan: Tenho muitas dicas para deixar. Adoro receber na Konceptness pessoas que estão ainda a estudar ou a terminar o curso. Dicas importantes, comecem o percurso BIM o mais rápido possível. Criámos a nossa hub formação BIM, para que mais rapidamente pessoas tenham esta formação no mercado. É a maior dificuldade encontrar arquitetos e engenheiros que já trazem a metodologia BIM na cabeça. Deixar de pensar em 2D e passar a ver e a pensar só em 3D com uma tecnologia que permite tomar melhores decisões perante o projeto em desenvolvimento é o futuro, é para ontem, já devíamos estar todos lá. As universidades estão muito atrás neste processo. Tenho todo o gosto em deixar dicas e ajudar na procura deste percurso. Outra dica é, procurem o local onde estejam dispostos a ensinar-vos. Não vão porque o salário é o mais alto, vão pelo projeto, pela empresa, pelo futuro que querem. Adoramos receber pessoas acabadas de sair das universidades, porque vivem as coisas com muita energia, trazem imensas ideias e sabemos que vamos deixar uma marca positiva em mais uma pessoa no mercado e na sociedade. O primeiro emprego, não é só aprender de arquitetura, é entender a realidade totalmente diferente do que se aprende nas faculdades, os desafios diários de projeto, de obra, de pessoas dentro e fora da empresa. Todo o cliente e projeto têm vida própria e cada organização tem a sua forma de lidar com a situação.
Como encara o futuro do seu projeto empresarial, a Konceptness? Que estratégia de negócio? @Susan: Boa pergunta, obrigado por isto. Encaro de forma muito positiva. Na fase Covid eramos 9 e agora somos 16. A perspetiva é sermos desafiados diariamente e agarrarmos os desafios que os clientes nos apresentam e conseguir superar. Temos a implementação BIM a decorrer, estamos a sistematizar a forma como se trabalha internamente com o BIM, portanto os processos de mudança são lentos, mas é muito bom quando fechamos o trimestre e dizemos, conseguimos mais estes passos. Em 2019 tivemos um ano muito positivo, conseguimos as nossas novas instalações em Lisboa, a nossa sede foi desenhada por nós e tem uma capacidade num dos dois pisos de ter 25 técnicos na produção. Agora estão 12 pessoas na produção, mas estamos a aguardar somente o arranque de alguns projetos, para novas integrações. Crescemos conforme o nosso cliente nos obriga, é fantástico. A internacionalização é o próximo passo, temos tudo pronto para isso acontecer. Estamos a fazer estas alterações internas, estivemos primeiro a apoiar os nossos clientes neste momento mais instável com o Covid e queremos muito em breve dar o passo para esta fase tão desejada. Tem de ser feita no momento certo com as bases certas. Estamos prontos, estamos preparados, uma das coisas que o Covid permitiu foi testarmos a nossa resiliência e verificar a flexibilidade com que podemos nos ajustar e que estamos prontos para o futuro.
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Autor da entrevista | Anteprojectos
O que a fez escolher esta profissão? Fala-nos um pouco do seu percurso nesta área? @Susan: Pergunta interessante, a paixão pelo processo criativo, estar em vários projetos ao mesmo tempo e poder pôr ao serviço dos outros o meu conhecimento e ajudar o outro. Ver que antes era um terreno e depois existe um edifício, pessoas e há uma solução sustentável é o meu maior gozo na minha profissão. É a paixão que me move todos os dias. Percurso profissional, especialização em reabilitação de edifícios na Lusíada e como delegada de turma e o trabalho final de curso no centro histórico de Óbidos, deu-me a oportunidade de estagiar e trabalhar na Câmara Municipal de Óbidos durante quase três anos. Aprendi como a organização funciona internamente e como a legislação urbanística toda se articula, o meu orientador de estágio foi fundamental na paixão que tenho pela componente legal do urbanismo. Depois disso, tive uma rápida passagem por uma imobiliária, no Cadaval, onde consegui entender que o meu perfil era estar na parte das vendas, do cliente e apoiar o mesmo a concretizar os seus sonhos. Desenvolvi a experiência comercial posteriormente em Ludus Piscina e durante três anos tive o desafio que me levou a criar a Konceptness, na construtora e importadora Prefame. O culminar com a vontade de saber mais sobre como ser melhor técnica comercial, fez-me seguir o Mestrado no Iscte de Sales Management e com a tese de final de curso e o percurso e conhecimento na área de licenciamento urbanístico, licenciamento de atividades económicas, mais focado no licenciamento industrial e experiência em obra, levou-me a seguir a paixão de ajudar os outros, mas agora de forma “anglo-saxónia” pondo o conhecimento em prol do cliente na Konceptness. A Konceptness tem 13 anos de presença no mercado, onde já tenho 17 anos de experiência. Acrescentando a este percurso, enquanto estava na Câmara Municipal de Óbidos tive a oportunidade de tirar o Curso de Perita de Higiene e Segurança e no arranque da Konceptness, com o surgir da obrigatoriedade da nova legislação de Segurança Contra Incêndios, tiro o curso de perito de Segurança Contra Incêndios, área onde a Konceptness também tem reconhecimento no mercado e é muito forte. Obrigado pela pergunta, fez-me fazer uma retrospetiva do caminho percorrido e da paixão que me move todos os dias. Tem estado ligada a vários projetos em Portugal e no estrangeiro. No seu entender a que se deve este percurso ascendente na sua carreira? @Susan: Sim, felizmente temos tido a confiança de vários clientes portugueses, incluindo as ilhas que tenho imenso carinho. Vários projetos de estrangeiros que investem em Portugal e onde interagimos com equipas de vários países e já com presença em Angola.
Razões para isto acontecer:
O seu trabalho já está internacionalizado. Aspira novos mercados no estrangeiro ou considera que há muito a fazer em Portugal, particularmente na Reabilitação? @Susan: Estamos agora em condições de internacionalizar, ter o nosso escritório em Toronto Canadá. A Konceptness foi criada para crescer primeiramente para este mercado, temos a nossa marca registada no Canadá desde setembro de 2016, quer dizer que a visão desde o início existiu e por isso o nome de fácil captação em qualquer país.
Há ainda espaço para se continuar a reabilitar? @Susan: Sim, muito sim. Fez-se muitos nos últimos 10 anos felizmente, houve um crescimento nos últimos dois anos por obras novas, mas ainda temos internamente uma grande procura na reabilitação. Usar e readaptar e reutilizar o património atual, é sempre algo que vemos com bons olhos. Quando é realmente uma solução rentável para o cliente.
O turismo tem tido um papel importante no desenvolvimento da reabilitação em Portugal? @Susan: Sim, os apoios comunitários, a vinda de grandes grupos hoteleiros e económicos para Portugal tem sido uma grande fonte de crescimento, mas muito ainda se pode fazer. Com esta situação Covid, aumentou os edifícios que precisam de novo dono ou inquilino e que possamos apoiar a empresa a fazer crescer um novo sonho para o local. O que nos dá mais gozo é ver a intervenção que temos responsabilidade, mas visitar e notar a dinâmica das pessoas, das viaturas, de todo o movimento e se fizemos um bom trabalho a pensar o projeto. É sempre muito positivo, um edifício que neste momento não tem qualquer uso perante as necessidades da sociedade, serem usados, com a sua história e mais valias, para novos projetos que se tornam únicos e que realçam o que de melhor tem a nossa história e cultura. Portugal para mim é dos países do mundo com mais história e que faz todo o sentido preservar.
Como é que encara o futuro desta profissão em Portugal? E acha que o vosso trabalho poderá mexer com as tendências no sector? Consideram que o sector está em crescente com novo rumo desde a crise no sector? @Susan: Encaro de uma forma muito positiva, mas deixo vários alertas que são importantes. Quem está na Indústria AEC precisa realmente dar o passo para pôr a tecnologia ao serviço da nossa indústria. A indústria tem de dar o salto e estar ao nível dos nossos parceiros europeus e internacionais. Se queremos receber clientes estrangeiros e concorrer com os mesmos nos seus países, temos que estar à frente deles. Os técnicos, arquitetos e engenheiros têm de estar atentos ao mercado, às necessidades quanto à sustentabilidade, às necessidades em termos de edifícios energeticamente sustentáveis. Vamos a isso, agarremos estas oportunidades. O Covid permitiu ver quem estava preparado e se adaptou rapidamente e quem simplesmente se queixa e espera que melhores dias chegam. Eu vejo estas situações como novos desafios e novas oportunidades. Esperamos ser desafiados, nós olhamos positivamente o mercado AEC não só porque não se fragilizou com o Covid e muitos aproveitaram esta oportunidade, aprenderam com a crise económica recente a anterior. Vejo com apreensão ainda o rácio de Arquitetos por habitantes em Portugal. Comparando com outros países como o Canadá, preocupa-me, porque existem arquitetos que têm de mudar de profissão para poderem “sobreviver” no mercado português. Ainda hoje entrevisto Arquitetos que durante os primeiros anos de carreira, infelizmente não tiveram a oportunidade como tive de começar logo a aprender na área da Arquitetura.
Que expectativas tem da arquitetura em Portugal? @Susan: já respondi anteriormente, acho eu.
Que conselhos, sugestões deixaria para os interessados e jovens arquitetos(as) e para os que estão a começar carreira? @Susan: Tenho muitas dicas para deixar. Adoro receber na Konceptness pessoas que estão ainda a estudar ou a terminar o curso. Dicas importantes, comecem o percurso BIM o mais rápido possível. Criámos a nossa hub formação BIM, para que mais rapidamente pessoas tenham esta formação no mercado. É a maior dificuldade encontrar arquitetos e engenheiros que já trazem a metodologia BIM na cabeça. Deixar de pensar em 2D e passar a ver e a pensar só em 3D com uma tecnologia que permite tomar melhores decisões perante o projeto em desenvolvimento é o futuro, é para ontem, já devíamos estar todos lá. As universidades estão muito atrás neste processo. Tenho todo o gosto em deixar dicas e ajudar na procura deste percurso. Outra dica é, procurem o local onde estejam dispostos a ensinar-vos. Não vão porque o salário é o mais alto, vão pelo projeto, pela empresa, pelo futuro que querem. Adoramos receber pessoas acabadas de sair das universidades, porque vivem as coisas com muita energia, trazem imensas ideias e sabemos que vamos deixar uma marca positiva em mais uma pessoa no mercado e na sociedade. O primeiro emprego, não é só aprender de arquitetura, é entender a realidade totalmente diferente do que se aprende nas faculdades, os desafios diários de projeto, de obra, de pessoas dentro e fora da empresa. Todo o cliente e projeto têm vida própria e cada organização tem a sua forma de lidar com a situação.
Como encara o futuro do seu projeto empresarial, a Konceptness? Que estratégia de negócio? @Susan: Boa pergunta, obrigado por isto. Encaro de forma muito positiva. Na fase Covid eramos 9 e agora somos 16. A perspetiva é sermos desafiados diariamente e agarrarmos os desafios que os clientes nos apresentam e conseguir superar. Temos a implementação BIM a decorrer, estamos a sistematizar a forma como se trabalha internamente com o BIM, portanto os processos de mudança são lentos, mas é muito bom quando fechamos o trimestre e dizemos, conseguimos mais estes passos. Em 2019 tivemos um ano muito positivo, conseguimos as nossas novas instalações em Lisboa, a nossa sede foi desenhada por nós e tem uma capacidade num dos dois pisos de ter 25 técnicos na produção. Agora estão 12 pessoas na produção, mas estamos a aguardar somente o arranque de alguns projetos, para novas integrações. Crescemos conforme o nosso cliente nos obriga, é fantástico. A internacionalização é o próximo passo, temos tudo pronto para isso acontecer. Estamos a fazer estas alterações internas, estivemos primeiro a apoiar os nossos clientes neste momento mais instável com o Covid e queremos muito em breve dar o passo para esta fase tão desejada. Tem de ser feita no momento certo com as bases certas. Estamos prontos, estamos preparados, uma das coisas que o Covid permitiu foi testarmos a nossa resiliência e verificar a flexibilidade com que podemos nos ajustar e que estamos prontos para o futuro.