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Publicado
Eduardo Falcão France Air Portugal
Em média, consumimos 10-15.000 litros de ar por dia e, mais do que nunca, existe uma sensibilidade mais generalizada para a higiene deste nosso combustível. Surge assim um pico de curiosidade e um aumento da oferta no mercado das tecnologias de purificação do ar, mas estaremos nós perante uma revolução tecnológica?
Olhando para a invenção da mais rudimentar máscara respiratória (meados do século XIX), passando pela retenção electroestática de partículas (início do século XX) e sem esquecer o famoso filtro HEPA (contemporâneo da II Guerra Mundial), percebemos que no nosso quotidiano, trabalhamos com décadas e décadas de desenvolvimento e otimização de tecnologias há muito descobertas e idealizadas.
Com o passar dos anos, o conceito “purificação” acabou forçosamente por evoluir. Aos dias de hoje, a nossa preocupação já não se fica pela remoção poeiras no ar ou pela eliminação de odores. No presente, vemos um novo tipo de contaminante a ganhar relevo: os microrganismos.
Embora este contaminante possa ser combatido, por exemplo, com um filtro HEPA, várias foram as desvantagens (espaço ocupado, consumo energético, etc.) que promoveram o crescimento de outras tecnologias que, não sendo fruto da pandemia, ganharam bastante visibilidade com a mesma.
Uma destas, e provavelmente a mais falada, é a tecnologia com recurso a radiação UV-C. Desengane-se quem acha que esta tecnologia surgiu recentemente, pois regista já mais de 100 anos de história. Contudo, a sua aplicação tem sido maioritariamente para tratamento de água. A sua aplicação em ar tem vindo a crescer nas últimas décadas tendo ganho bastante mediatismo com o famoso vírus que afetou o mundo.
Não menos emergente, é a tecnologia de ionização do ar. Esta sim, uma tecnologia mais recente e igualmente capaz de intervir sobre os micro-organismos (e não só!).
A efetividade destas tecnologias é evidente e alicerçada em resultados experimentais obtidos com diversas abordagens. Contudo, a generalidade destes ensaios demonstra uma enorme sensibilidade ao contexto da aplicação (velocidade do ar, temperatura, humidade, etc.). Infelizmente, este facto não inibiu o mercado de oferecer equipamentos com eficiências “teóricas” que poderão divergir francamente da consequência prática da sua aplicação.
Se aliarmos a não harmonização das abordagens de cálculo à falta de incentivos (legislativos e normativos) e à dificuldade que é quantificar o retorno económico de uma maior higiene do ar, estamos em crer que estas tecnologias emergentes, embora revelem um potencial extremamente interessante e possam ter um contributo na melhoria da higiene do ar, estão longe de ser receitas mágicas e estarão ainda um pouco distantes de entrar no nosso quotidiano.
Publicado
Eduardo Falcão France Air Portugal
Em média, consumimos 10-15.000 litros de ar por dia e, mais do que nunca, existe uma sensibilidade mais generalizada para a higiene deste nosso combustível. Surge assim um pico de curiosidade e um aumento da oferta no mercado das tecnologias de purificação do ar, mas estaremos nós perante uma revolução tecnológica?
Olhando para a invenção da mais rudimentar máscara respiratória (meados do século XIX), passando pela retenção electroestática de partículas (início do século XX) e sem esquecer o famoso filtro HEPA (contemporâneo da II Guerra Mundial), percebemos que no nosso quotidiano, trabalhamos com décadas e décadas de desenvolvimento e otimização de tecnologias há muito descobertas e idealizadas.
Com o passar dos anos, o conceito “purificação” acabou forçosamente por evoluir. Aos dias de hoje, a nossa preocupação já não se fica pela remoção poeiras no ar ou pela eliminação de odores. No presente, vemos um novo tipo de contaminante a ganhar relevo: os microrganismos.
Embora este contaminante possa ser combatido, por exemplo, com um filtro HEPA, várias foram as desvantagens (espaço ocupado, consumo energético, etc.) que promoveram o crescimento de outras tecnologias que, não sendo fruto da pandemia, ganharam bastante visibilidade com a mesma.
Uma destas, e provavelmente a mais falada, é a tecnologia com recurso a radiação UV-C. Desengane-se quem acha que esta tecnologia surgiu recentemente, pois regista já mais de 100 anos de história. Contudo, a sua aplicação tem sido maioritariamente para tratamento de água. A sua aplicação em ar tem vindo a crescer nas últimas décadas tendo ganho bastante mediatismo com o famoso vírus que afetou o mundo.
Não menos emergente, é a tecnologia de ionização do ar. Esta sim, uma tecnologia mais recente e igualmente capaz de intervir sobre os micro-organismos (e não só!).
A efetividade destas tecnologias é evidente e alicerçada em resultados experimentais obtidos com diversas abordagens. Contudo, a generalidade destes ensaios demonstra uma enorme sensibilidade ao contexto da aplicação (velocidade do ar, temperatura, humidade, etc.). Infelizmente, este facto não inibiu o mercado de oferecer equipamentos com eficiências “teóricas” que poderão divergir francamente da consequência prática da sua aplicação.
Se aliarmos a não harmonização das abordagens de cálculo à falta de incentivos (legislativos e normativos) e à dificuldade que é quantificar o retorno económico de uma maior higiene do ar, estamos em crer que estas tecnologias emergentes, embora revelem um potencial extremamente interessante e possam ter um contributo na melhoria da higiene do ar, estão longe de ser receitas mágicas e estarão ainda um pouco distantes de entrar no nosso quotidiano.
Publicado
Eduardo Falcão France Air Portugal
Em média, consumimos 10-15.000 litros de ar por dia e, mais do que nunca, existe uma sensibilidade mais generalizada para a higiene deste nosso combustível. Surge assim um pico de curiosidade e um aumento da oferta no mercado das tecnologias de purificação do ar, mas estaremos nós perante uma revolução tecnológica?
Olhando para a invenção da mais rudimentar máscara respiratória (meados do século XIX), passando pela retenção electroestática de partículas (início do século XX) e sem esquecer o famoso filtro HEPA (contemporâneo da II Guerra Mundial), percebemos que no nosso quotidiano, trabalhamos com décadas e décadas de desenvolvimento e otimização de tecnologias há muito descobertas e idealizadas.
Com o passar dos anos, o conceito “purificação” acabou forçosamente por evoluir. Aos dias de hoje, a nossa preocupação já não se fica pela remoção poeiras no ar ou pela eliminação de odores. No presente, vemos um novo tipo de contaminante a ganhar relevo: os microrganismos.
Embora este contaminante possa ser combatido, por exemplo, com um filtro HEPA, várias foram as desvantagens (espaço ocupado, consumo energético, etc.) que promoveram o crescimento de outras tecnologias que, não sendo fruto da pandemia, ganharam bastante visibilidade com a mesma.
Uma destas, e provavelmente a mais falada, é a tecnologia com recurso a radiação UV-C. Desengane-se quem acha que esta tecnologia surgiu recentemente, pois regista já mais de 100 anos de história. Contudo, a sua aplicação tem sido maioritariamente para tratamento de água. A sua aplicação em ar tem vindo a crescer nas últimas décadas tendo ganho bastante mediatismo com o famoso vírus que afetou o mundo.
Não menos emergente, é a tecnologia de ionização do ar. Esta sim, uma tecnologia mais recente e igualmente capaz de intervir sobre os micro-organismos (e não só!).
A efetividade destas tecnologias é evidente e alicerçada em resultados experimentais obtidos com diversas abordagens. Contudo, a generalidade destes ensaios demonstra uma enorme sensibilidade ao contexto da aplicação (velocidade do ar, temperatura, humidade, etc.). Infelizmente, este facto não inibiu o mercado de oferecer equipamentos com eficiências “teóricas” que poderão divergir francamente da consequência prática da sua aplicação.
Se aliarmos a não harmonização das abordagens de cálculo à falta de incentivos (legislativos e normativos) e à dificuldade que é quantificar o retorno económico de uma maior higiene do ar, estamos em crer que estas tecnologias emergentes, embora revelem um potencial extremamente interessante e possam ter um contributo na melhoria da higiene do ar, estão longe de ser receitas mágicas e estarão ainda um pouco distantes de entrar no nosso quotidiano.