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O crescimento do Turismo e a Sustentabilidade Urbana, de que forma a Pandemia afetou e irá afetar o sector

Categoria:  Artigos de Opinião

Publicado

Arq. Cristina Vaz Santos

Cristina Vaz Santos

Arquitecto

Um convite à transformação…

Esta pandemia é um verdadeiro lembrete sobre como devemos pensar no equilíbrio da nossa relação com as pessoas, o meio ambiente e a economia.

Nas últimas décadas, o turismo tornou-se um dos setores económicos mais dinâmicos e de mais rápido crescimento no mundo, sendo considerado um motor para a criação de emprego e da promoção do desenvolvimento económico local, contribuindo para a criação de emprego, direto e indireto. As cidades têm vindo a acompanhar o seu crescimento a um nível desenfreado.

O surto da COVID-19 está a ter um impacto devastador na economia e emprego mundiais, com a indústria do turismo a ser duramente atingida pelas medidas de contenção da pandemia. O setor do turismo não sairá da crise da COVID-19 sem sequelas.

Paralelamente com o turismo também muitas questões ligadas à sustentabilidade urbana foram afetadas, quer para melhor quer para pior.

A quantidade de resíduos produzidos nos hospitais aumentou exponencialmente e consequentemente todos os acessórios de proteção individual também. A porção de máscaras, álcool gel, etc. disparou e cabe a cada um a responsabilidade de os saberem descartar idoneamente. O plástico despejado no mar prevê um cenário cada vez mais perigoso dando continuidade ao que já acontecia pré-covid.

Cada vez mais tem de ser feita uma reciclagem organizada e consciente.

Temos mais do que nunca a oportunidade que a desordem provocada pela pandemia trouxe. Temos uma oportunidade de fazer mais e melhor.

Para além das questões políticas também se colocam questões sociais.

As cidades são sistemas complexos que dependem de fatores externos e pelo contrário a sustentabilidade associa-se a autossuficiência, implicando o consumo e a eliminação de resíduos no mesmo espaço.

O medo, as regras de distanciamento social, a restrição na circulação conduziu ao que todos assistimos, a uma desertificação das cidades, sobretudos dos centros urbanos.

As zonas mais pobres levam-nos a pensar numa nova distribuição urbanística, sendo que temos de adaptar os espaços públicos à nova realidade que se avizinha.

Se refletirmos um pouco, também a crise climática, o desperdício alimentar, ou mesmo, a plastificação do meio ambiente, têm tudo a ver com questões comportamentais e responsabilização do cidadão enquanto consumidor.

As nossas opções como consumidores de energia também têm tudo a ver com opções individuais que podem defender o ambiente e descarbonizar as nossas vidas.

De um momento para o outro, foi possível fazer o que, para muitos, seria utópico. Temos professores a lecionar à distância, temos profissionais em teletrabalho, temos redução substancial nas deslocações com reuniões a realizarem-se por teleconferência, temos quem se preocupe em criar soluções locais para evitar a excessiva centralização dos recursos, temos uma aferição, no terreno e na prática, da resiliência dos nossos territórios.

Muitas questões devem ser pensadas.

Por exemplo, apostar mais nos transportes públicos de baixo impacto ambiental em detrimento do automóvel, quer por uma questão ambiental, quer por uma questão temporal. Neste momento, as cidades são autoras de 75% das emissões de carbono.

Apostar mais em ciclovias, fomentar áreas pedonais, não condicionar o trânsito no centro das cidades.

Pensar mais que nunca nos espaços verdes como uma “bolha no tecido urbano”, espaços de lazer mais verdes para libertar os centros históricos e proporcionar uma vida mais saudável quer ao “turista local” quer ao internacional.

No momento, e face à crise económica que enfrentam, o foco das cidades está mais virado para voltar a ter turistas do que para criar restrições.

A verdade é que o turismo não poderá regressar nos mesmos moldes e volumes que até aqui vigoravam nas cidades que, mais cedo ou mais tarde, terão de pensar seriamente em ter estratégias para o novo normal.

Nesta fase mais dura de crise ainda não se vêem exemplos consistentes com esse objetivo, até porque a recuperação nas cidades se prevê mais lenta do que em outro tipo de destinos, mesmo com a chegada de uma vacina.

Estamos visivelmente a preparar-nos para uma mudança que a pandemia acabou por provocar e provocará.

Estaremos perante uma redução no tráfego aéreo que também acabou por diminuir o impacto de poluição no ar?

Estaremos nós perante um fortalecimento de um transporte público e sua consequente higienização bem como nas cidades que o envolvem?

Estaremos nós perante novas alternativas ao automóvel, sendo que algumas cidades já pensam em determinados dias restringir a circulação automóvel em detrimento da circulação pedestre e ciclovias?

Estaremos nós perante uma transformação gradual da era digital em que muitas aplicações e novas tecnologias evitem aglomerados de pessoas e evitem deslocações e até fomentar ainda mais o teletrabalho?

Todas estas interrogações conduzem-nos a dois cenários possíveis: a cidade mais pessimista e a cidade mais otimista.

A cidade mais pessimista em que as pessoas se fecham cada vez mais nas suas casas e tendem a ser mais autossuficientes, sendo que a importância do espaço público continua a diminuir.

E pelo contrário a que fará mais sentido dado que somos seres sociáveis por natureza, a cidade otimista, em que a pandemia será vista como uma oportunidade para corrigir alguns males existentes. Percebermos a importância da relação com a natureza, a otimização dos recursos, a proximidade refletida com os outros e a partilha comunitária.

Gabinete:

EM PARALELO

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Contacto

Ângela Leitão

aleitao@anteprojectos.com.pt

Directora Geral

Av. Álvares Cabral, nº 61, 6º andar | 1250-017 Lisboa

Telefone 211 308 758 / 966 863 541

O crescimento do Turismo e a Sustentabilidade Urbana, de que forma a Pandemia afetou e irá afetar o sector

Categoria:  Artigos de Opinião

Publicado

Arq. Cristina Vaz Santos

Cristina Vaz Santos

Arquitecto

Um convite à transformação…

Esta pandemia é um verdadeiro lembrete sobre como devemos pensar no equilíbrio da nossa relação com as pessoas, o meio ambiente e a economia.

Nas últimas décadas, o turismo tornou-se um dos setores económicos mais dinâmicos e de mais rápido crescimento no mundo, sendo considerado um motor para a criação de emprego e da promoção do desenvolvimento económico local, contribuindo para a criação de emprego, direto e indireto. As cidades têm vindo a acompanhar o seu crescimento a um nível desenfreado.

O surto da COVID-19 está a ter um impacto devastador na economia e emprego mundiais, com a indústria do turismo a ser duramente atingida pelas medidas de contenção da pandemia. O setor do turismo não sairá da crise da COVID-19 sem sequelas.

Paralelamente com o turismo também muitas questões ligadas à sustentabilidade urbana foram afetadas, quer para melhor quer para pior.

A quantidade de resíduos produzidos nos hospitais aumentou exponencialmente e consequentemente todos os acessórios de proteção individual também. A porção de máscaras, álcool gel, etc. disparou e cabe a cada um a responsabilidade de os saberem descartar idoneamente. O plástico despejado no mar prevê um cenário cada vez mais perigoso dando continuidade ao que já acontecia pré-covid.

Cada vez mais tem de ser feita uma reciclagem organizada e consciente.

Temos mais do que nunca a oportunidade que a desordem provocada pela pandemia trouxe. Temos uma oportunidade de fazer mais e melhor.

Para além das questões políticas também se colocam questões sociais.

As cidades são sistemas complexos que dependem de fatores externos e pelo contrário a sustentabilidade associa-se a autossuficiência, implicando o consumo e a eliminação de resíduos no mesmo espaço.

O medo, as regras de distanciamento social, a restrição na circulação conduziu ao que todos assistimos, a uma desertificação das cidades, sobretudos dos centros urbanos.

As zonas mais pobres levam-nos a pensar numa nova distribuição urbanística, sendo que temos de adaptar os espaços públicos à nova realidade que se avizinha.

Se refletirmos um pouco, também a crise climática, o desperdício alimentar, ou mesmo, a plastificação do meio ambiente, têm tudo a ver com questões comportamentais e responsabilização do cidadão enquanto consumidor.

As nossas opções como consumidores de energia também têm tudo a ver com opções individuais que podem defender o ambiente e descarbonizar as nossas vidas.

De um momento para o outro, foi possível fazer o que, para muitos, seria utópico. Temos professores a lecionar à distância, temos profissionais em teletrabalho, temos redução substancial nas deslocações com reuniões a realizarem-se por teleconferência, temos quem se preocupe em criar soluções locais para evitar a excessiva centralização dos recursos, temos uma aferição, no terreno e na prática, da resiliência dos nossos territórios.

Muitas questões devem ser pensadas.

Por exemplo, apostar mais nos transportes públicos de baixo impacto ambiental em detrimento do automóvel, quer por uma questão ambiental, quer por uma questão temporal. Neste momento, as cidades são autoras de 75% das emissões de carbono.

Apostar mais em ciclovias, fomentar áreas pedonais, não condicionar o trânsito no centro das cidades.

Pensar mais que nunca nos espaços verdes como uma “bolha no tecido urbano”, espaços de lazer mais verdes para libertar os centros históricos e proporcionar uma vida mais saudável quer ao “turista local” quer ao internacional.

No momento, e face à crise económica que enfrentam, o foco das cidades está mais virado para voltar a ter turistas do que para criar restrições.

A verdade é que o turismo não poderá regressar nos mesmos moldes e volumes que até aqui vigoravam nas cidades que, mais cedo ou mais tarde, terão de pensar seriamente em ter estratégias para o novo normal.

Nesta fase mais dura de crise ainda não se vêem exemplos consistentes com esse objetivo, até porque a recuperação nas cidades se prevê mais lenta do que em outro tipo de destinos, mesmo com a chegada de uma vacina.

Estamos visivelmente a preparar-nos para uma mudança que a pandemia acabou por provocar e provocará.

Estaremos perante uma redução no tráfego aéreo que também acabou por diminuir o impacto de poluição no ar?

Estaremos nós perante um fortalecimento de um transporte público e sua consequente higienização bem como nas cidades que o envolvem?

Estaremos nós perante novas alternativas ao automóvel, sendo que algumas cidades já pensam em determinados dias restringir a circulação automóvel em detrimento da circulação pedestre e ciclovias?

Estaremos nós perante uma transformação gradual da era digital em que muitas aplicações e novas tecnologias evitem aglomerados de pessoas e evitem deslocações e até fomentar ainda mais o teletrabalho?

Todas estas interrogações conduzem-nos a dois cenários possíveis: a cidade mais pessimista e a cidade mais otimista.

A cidade mais pessimista em que as pessoas se fecham cada vez mais nas suas casas e tendem a ser mais autossuficientes, sendo que a importância do espaço público continua a diminuir.

E pelo contrário a que fará mais sentido dado que somos seres sociáveis por natureza, a cidade otimista, em que a pandemia será vista como uma oportunidade para corrigir alguns males existentes. Percebermos a importância da relação com a natureza, a otimização dos recursos, a proximidade refletida com os outros e a partilha comunitária.

Gabinete:

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Categoria:  Artigos de Opinião

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Cristina Vaz Santos

Arquitecto

Um convite à transformação…

Esta pandemia é um verdadeiro lembrete sobre como devemos pensar no equilíbrio da nossa relação com as pessoas, o meio ambiente e a economia.

Nas últimas décadas, o turismo tornou-se um dos setores económicos mais dinâmicos e de mais rápido crescimento no mundo, sendo considerado um motor para a criação de emprego e da promoção do desenvolvimento económico local, contribuindo para a criação de emprego, direto e indireto. As cidades têm vindo a acompanhar o seu crescimento a um nível desenfreado.

O surto da COVID-19 está a ter um impacto devastador na economia e emprego mundiais, com a indústria do turismo a ser duramente atingida pelas medidas de contenção da pandemia. O setor do turismo não sairá da crise da COVID-19 sem sequelas.

Paralelamente com o turismo também muitas questões ligadas à sustentabilidade urbana foram afetadas, quer para melhor quer para pior.

A quantidade de resíduos produzidos nos hospitais aumentou exponencialmente e consequentemente todos os acessórios de proteção individual também. A porção de máscaras, álcool gel, etc. disparou e cabe a cada um a responsabilidade de os saberem descartar idoneamente. O plástico despejado no mar prevê um cenário cada vez mais perigoso dando continuidade ao que já acontecia pré-covid.

Cada vez mais tem de ser feita uma reciclagem organizada e consciente.

Temos mais do que nunca a oportunidade que a desordem provocada pela pandemia trouxe. Temos uma oportunidade de fazer mais e melhor.

Para além das questões políticas também se colocam questões sociais.

As cidades são sistemas complexos que dependem de fatores externos e pelo contrário a sustentabilidade associa-se a autossuficiência, implicando o consumo e a eliminação de resíduos no mesmo espaço.

O medo, as regras de distanciamento social, a restrição na circulação conduziu ao que todos assistimos, a uma desertificação das cidades, sobretudos dos centros urbanos.

As zonas mais pobres levam-nos a pensar numa nova distribuição urbanística, sendo que temos de adaptar os espaços públicos à nova realidade que se avizinha.

Se refletirmos um pouco, também a crise climática, o desperdício alimentar, ou mesmo, a plastificação do meio ambiente, têm tudo a ver com questões comportamentais e responsabilização do cidadão enquanto consumidor.

As nossas opções como consumidores de energia também têm tudo a ver com opções individuais que podem defender o ambiente e descarbonizar as nossas vidas.

De um momento para o outro, foi possível fazer o que, para muitos, seria utópico. Temos professores a lecionar à distância, temos profissionais em teletrabalho, temos redução substancial nas deslocações com reuniões a realizarem-se por teleconferência, temos quem se preocupe em criar soluções locais para evitar a excessiva centralização dos recursos, temos uma aferição, no terreno e na prática, da resiliência dos nossos territórios.

Muitas questões devem ser pensadas.

Por exemplo, apostar mais nos transportes públicos de baixo impacto ambiental em detrimento do automóvel, quer por uma questão ambiental, quer por uma questão temporal. Neste momento, as cidades são autoras de 75% das emissões de carbono.

Apostar mais em ciclovias, fomentar áreas pedonais, não condicionar o trânsito no centro das cidades.

Pensar mais que nunca nos espaços verdes como uma “bolha no tecido urbano”, espaços de lazer mais verdes para libertar os centros históricos e proporcionar uma vida mais saudável quer ao “turista local” quer ao internacional.

No momento, e face à crise económica que enfrentam, o foco das cidades está mais virado para voltar a ter turistas do que para criar restrições.

A verdade é que o turismo não poderá regressar nos mesmos moldes e volumes que até aqui vigoravam nas cidades que, mais cedo ou mais tarde, terão de pensar seriamente em ter estratégias para o novo normal.

Nesta fase mais dura de crise ainda não se vêem exemplos consistentes com esse objetivo, até porque a recuperação nas cidades se prevê mais lenta do que em outro tipo de destinos, mesmo com a chegada de uma vacina.

Estamos visivelmente a preparar-nos para uma mudança que a pandemia acabou por provocar e provocará.

Estaremos perante uma redução no tráfego aéreo que também acabou por diminuir o impacto de poluição no ar?

Estaremos nós perante um fortalecimento de um transporte público e sua consequente higienização bem como nas cidades que o envolvem?

Estaremos nós perante novas alternativas ao automóvel, sendo que algumas cidades já pensam em determinados dias restringir a circulação automóvel em detrimento da circulação pedestre e ciclovias?

Estaremos nós perante uma transformação gradual da era digital em que muitas aplicações e novas tecnologias evitem aglomerados de pessoas e evitem deslocações e até fomentar ainda mais o teletrabalho?

Todas estas interrogações conduzem-nos a dois cenários possíveis: a cidade mais pessimista e a cidade mais otimista.

A cidade mais pessimista em que as pessoas se fecham cada vez mais nas suas casas e tendem a ser mais autossuficientes, sendo que a importância do espaço público continua a diminuir.

E pelo contrário a que fará mais sentido dado que somos seres sociáveis por natureza, a cidade otimista, em que a pandemia será vista como uma oportunidade para corrigir alguns males existentes. Percebermos a importância da relação com a natureza, a otimização dos recursos, a proximidade refletida com os outros e a partilha comunitária.

Gabinete:

EM PARALELO