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O diário de um sobrevivente na arquitectura

Categoria:  Artigos de Opinião

Publicado

Sérgio Leal-destaque

Sérgio Leal

Como alguns de vós sabem, sou o dono de um gabinete de projetos de arquitetura, engenharia e topografia, que iniciou a sua atividade, fez este mês de março, 18 anos.

Este projeto de empresa começou no início de uma crise económica, mais propriamente quando esta começou a afetar a construção civil em 2002, logo costumo dizer que comecei uma empresa em crise, o que não é para todos.

Para quem viveu essa crise desde o seu início, sabe que todo o funcionamento enquanto empresa, teve de mudar, teve de se adaptar a uma nova realidade, à realidade em que na nossa área, deixamos de ter como clientes 80% de construtores, que nos davam trabalho constante, e 20% de clientes particulares, que fazem um projeto na vida, para termos exatamente o cenário oposto. Nessa altura apercebi-me que tinha de arregaçar as mangas e passar de uma vida profissional “sedentária”, em que os clientes eram “os nossos clientes” e passar para uma vida profissional ativa, em que angariar clientes dia após dia, através do meu trabalho, da minha postura no mercado era a minha única forma de sobrevivência.

Depois desta e de outras grandes adaptações que tive de fazer para “sobreviver” até hoje, habituei-me a trabalhar em crise, em que ter um pequeno anexo para fazer era tão hilariante como em certa altura chegou a ser, quando se tinha um grande prédio habitacional para projetar.

Desta crise que estávamos a sair nestes últimos anos, ou como costumo dizer, estávamo-nos a habituar a viver com ela, deu para aprender varias lições, que destaco algumas, entre elas; não existem obras de referencia, cada obra é uma obra, que tem o seu valor e o seu interesse do ponto de vista do cliente, e também nunca se deve menosprezar os pequenos trabalhos, porque nunca se sabe quando vamos voltar a (sobre)viver à custa deles e dos seus clientes.

O mais importante que eu retirei desta crise foi a ambição do “querer sempre mais”, tendo começado a não ambicionar ter uma grande empresa, mas sim uma empresa pequena com grandes pilares na sua fundação.

Nestes 18 anos de empresário, e 24 de trabalhador nesta área, Já tive 8 empregados, 2 gabinetes e fui escravo do trabalho, escravo do sistema, escravo do meu sonho, onde o principal objetivo não era somente fazer o que se gosta (projetos) mas sim fazer dinheiro para que a “máquina” não pare.

Aos poucos, por motivos pessoais, por motivos profissionais, por motivos socio económicos do pais e do mundo, pelas poucas ajudas do estado, entre muitos outros motivos, comecei a rever esta realidade em que vivia, e penso que me tornei talvez egoísta, ao rever o significado de crescimento, também deixei de pensar em criar emprego direto.

Hoje tenho a “Adesenhar” em que sou eu que dou a cara pela excelente equipa que tenho comigo, que são cerca de 8 prestadores de serviços nas diversas áreas de projeto, e felizmente cresço dia após dia, não em empregados, não em volume de negócios, ou seja, não caminho na direção de crescimento que faz uma grande empresa”, cresço em qualidade de vida, de trabalho e como pessoa, e, voltei a sentir a paixão pelo que sempre fiz, sem sentir aquela grande maquina e grande peso em cima das costas e que no final do ano se traduzia somente em “orgulho de crescimento”

pois ainda não tinha parado para ver que volume de negócios nem sempre é sinónimo de lucro.

Hoje, felizmente com a muita procura que tenho, deixo algumas pessoas incrédulas quando lhes digo diretamente que não quero crescer, quero somente manter e melhorar o que tenho e faço, o que para mim, e na minha perspetiva, isso sim é crescer.

Gabinete:

ADESENHAR - PROJECTOS DE ARQUITECTURA, LDA

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Contacto

Ângela Leitão

aleitao@anteprojectos.com.pt

Directora Geral

Av. Álvares Cabral, nº 61, 6º andar | 1250-017 Lisboa

Telefone 211 308 758 / 966 863 541

O diário de um sobrevivente na arquitectura

Categoria:  Artigos de Opinião

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Sérgio Leal-destaque

Sérgio Leal

Como alguns de vós sabem, sou o dono de um gabinete de projetos de arquitetura, engenharia e topografia, que iniciou a sua atividade, fez este mês de março, 18 anos.

Este projeto de empresa começou no início de uma crise económica, mais propriamente quando esta começou a afetar a construção civil em 2002, logo costumo dizer que comecei uma empresa em crise, o que não é para todos.

Para quem viveu essa crise desde o seu início, sabe que todo o funcionamento enquanto empresa, teve de mudar, teve de se adaptar a uma nova realidade, à realidade em que na nossa área, deixamos de ter como clientes 80% de construtores, que nos davam trabalho constante, e 20% de clientes particulares, que fazem um projeto na vida, para termos exatamente o cenário oposto. Nessa altura apercebi-me que tinha de arregaçar as mangas e passar de uma vida profissional “sedentária”, em que os clientes eram “os nossos clientes” e passar para uma vida profissional ativa, em que angariar clientes dia após dia, através do meu trabalho, da minha postura no mercado era a minha única forma de sobrevivência.

Depois desta e de outras grandes adaptações que tive de fazer para “sobreviver” até hoje, habituei-me a trabalhar em crise, em que ter um pequeno anexo para fazer era tão hilariante como em certa altura chegou a ser, quando se tinha um grande prédio habitacional para projetar.

Desta crise que estávamos a sair nestes últimos anos, ou como costumo dizer, estávamo-nos a habituar a viver com ela, deu para aprender varias lições, que destaco algumas, entre elas; não existem obras de referencia, cada obra é uma obra, que tem o seu valor e o seu interesse do ponto de vista do cliente, e também nunca se deve menosprezar os pequenos trabalhos, porque nunca se sabe quando vamos voltar a (sobre)viver à custa deles e dos seus clientes.

O mais importante que eu retirei desta crise foi a ambição do “querer sempre mais”, tendo começado a não ambicionar ter uma grande empresa, mas sim uma empresa pequena com grandes pilares na sua fundação.

Nestes 18 anos de empresário, e 24 de trabalhador nesta área, Já tive 8 empregados, 2 gabinetes e fui escravo do trabalho, escravo do sistema, escravo do meu sonho, onde o principal objetivo não era somente fazer o que se gosta (projetos) mas sim fazer dinheiro para que a “máquina” não pare.

Aos poucos, por motivos pessoais, por motivos profissionais, por motivos socio económicos do pais e do mundo, pelas poucas ajudas do estado, entre muitos outros motivos, comecei a rever esta realidade em que vivia, e penso que me tornei talvez egoísta, ao rever o significado de crescimento, também deixei de pensar em criar emprego direto.

Hoje tenho a “Adesenhar” em que sou eu que dou a cara pela excelente equipa que tenho comigo, que são cerca de 8 prestadores de serviços nas diversas áreas de projeto, e felizmente cresço dia após dia, não em empregados, não em volume de negócios, ou seja, não caminho na direção de crescimento que faz uma grande empresa”, cresço em qualidade de vida, de trabalho e como pessoa, e, voltei a sentir a paixão pelo que sempre fiz, sem sentir aquela grande maquina e grande peso em cima das costas e que no final do ano se traduzia somente em “orgulho de crescimento”

pois ainda não tinha parado para ver que volume de negócios nem sempre é sinónimo de lucro.

Hoje, felizmente com a muita procura que tenho, deixo algumas pessoas incrédulas quando lhes digo diretamente que não quero crescer, quero somente manter e melhorar o que tenho e faço, o que para mim, e na minha perspetiva, isso sim é crescer.

Gabinete:

ADESENHAR - PROJECTOS DE ARQUITECTURA, LDA

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Como alguns de vós sabem, sou o dono de um gabinete de projetos de arquitetura, engenharia e topografia, que iniciou a sua atividade, fez este mês de março, 18 anos.

Este projeto de empresa começou no início de uma crise económica, mais propriamente quando esta começou a afetar a construção civil em 2002, logo costumo dizer que comecei uma empresa em crise, o que não é para todos.

Para quem viveu essa crise desde o seu início, sabe que todo o funcionamento enquanto empresa, teve de mudar, teve de se adaptar a uma nova realidade, à realidade em que na nossa área, deixamos de ter como clientes 80% de construtores, que nos davam trabalho constante, e 20% de clientes particulares, que fazem um projeto na vida, para termos exatamente o cenário oposto. Nessa altura apercebi-me que tinha de arregaçar as mangas e passar de uma vida profissional “sedentária”, em que os clientes eram “os nossos clientes” e passar para uma vida profissional ativa, em que angariar clientes dia após dia, através do meu trabalho, da minha postura no mercado era a minha única forma de sobrevivência.

Depois desta e de outras grandes adaptações que tive de fazer para “sobreviver” até hoje, habituei-me a trabalhar em crise, em que ter um pequeno anexo para fazer era tão hilariante como em certa altura chegou a ser, quando se tinha um grande prédio habitacional para projetar.

Desta crise que estávamos a sair nestes últimos anos, ou como costumo dizer, estávamo-nos a habituar a viver com ela, deu para aprender varias lições, que destaco algumas, entre elas; não existem obras de referencia, cada obra é uma obra, que tem o seu valor e o seu interesse do ponto de vista do cliente, e também nunca se deve menosprezar os pequenos trabalhos, porque nunca se sabe quando vamos voltar a (sobre)viver à custa deles e dos seus clientes.

O mais importante que eu retirei desta crise foi a ambição do “querer sempre mais”, tendo começado a não ambicionar ter uma grande empresa, mas sim uma empresa pequena com grandes pilares na sua fundação.

Nestes 18 anos de empresário, e 24 de trabalhador nesta área, Já tive 8 empregados, 2 gabinetes e fui escravo do trabalho, escravo do sistema, escravo do meu sonho, onde o principal objetivo não era somente fazer o que se gosta (projetos) mas sim fazer dinheiro para que a “máquina” não pare.

Aos poucos, por motivos pessoais, por motivos profissionais, por motivos socio económicos do pais e do mundo, pelas poucas ajudas do estado, entre muitos outros motivos, comecei a rever esta realidade em que vivia, e penso que me tornei talvez egoísta, ao rever o significado de crescimento, também deixei de pensar em criar emprego direto.

Hoje tenho a “Adesenhar” em que sou eu que dou a cara pela excelente equipa que tenho comigo, que são cerca de 8 prestadores de serviços nas diversas áreas de projeto, e felizmente cresço dia após dia, não em empregados, não em volume de negócios, ou seja, não caminho na direção de crescimento que faz uma grande empresa”, cresço em qualidade de vida, de trabalho e como pessoa, e, voltei a sentir a paixão pelo que sempre fiz, sem sentir aquela grande maquina e grande peso em cima das costas e que no final do ano se traduzia somente em “orgulho de crescimento”

pois ainda não tinha parado para ver que volume de negócios nem sempre é sinónimo de lucro.

Hoje, felizmente com a muita procura que tenho, deixo algumas pessoas incrédulas quando lhes digo diretamente que não quero crescer, quero somente manter e melhorar o que tenho e faço, o que para mim, e na minha perspetiva, isso sim é crescer.

Gabinete:

ADESENHAR - PROJECTOS DE ARQUITECTURA, LDA