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“Prognósticos só no fim do jogo”

Categoria:  Artigos TécnicosCategoria:  Artigos Técnicos > Notícias Artigos técnicos

Publicado

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23bNo início de cada ano muitas são as notícias que dão conta de novas aberturas de hotéis, quer para o ano que se inicia, quer para os que ainda estão para vir, e que provocam inúmeras reações, positivas e negativas.

Para uns, é sinal de um mercado dinâmico e reforço da expectativa no crescimento da procura por Portugal. Para outros, motivo de preocupação, por se estar a acrescentar quartos a um mercado que estimam estar já saturado de oferta hoteleira (e de turistas…).

Da experiência da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, estas novidades de Ano Novo, são prognósticos que no balanço posterior anual não se concretizam. Recuemos 2 anos.

Em janeiro de 2017, segundo informação recolhida pela AHP (trabalho que fazemos anualmente) estavam no pipeline 51 novos hotéis em Portugal, dos quais 15 na Cidade de Lisboa e 9 na Cidade do Porto. No fim do primeiro semestre, apenas tinham aberto 16. No final desse ano, só 29 dos tais 51 inicialmente previstos se concretizaram.

O mesmo aconteceu no ano transato. Quando os números de novas aberturas foram divulgados, previam-se 61 novos hotéis, também aqui maioritariamente nas Cidades de Lisboa (25) e Porto (10). Também no final de 2018 voltámos a perceber que as intenções de aberturas não se confirmaram. Apenas abriram 26 dos 61 inicialmente avançados. E, já agora, em Lisboa surgiram, no ano que passou, 10 hotéis, e no Porto 5.

Pelo segundo ano consecutivo, portanto, entre as intenções e as concretizações houve um desvio de cerca de 40% em 2017 e de 60% em 2018.

Porque é que isto acontece?

São várias as possíveis razões. Desde atrasos - nos licenciamentos e aprovações, na construção, na entrega de equipamentos e na decoração -; passando por mudanças de timing e estratégia de investidores; a que se soma a escassez de recursos humanos e concomitantes dificuldades na montagem e preparação da equipa de pessoal.

O pipeline não é, por isso, rígido: vão-se somando mais àqueles que não abriram no ano inicialmente previsto e que, portanto, vão engrossando a previsão para os anos seguintes. Paralelamente, porque os que “de novo” se anunciam não se concretizam no tempo esperado, há uma certa dose de mortalidade destes que se esperava ver nascer.

É verdade que entre 2007 e 2017 a taxa de crescimento média anual (TCMA) de hotéis em Portugal foi de 7%. Todavia, esta taxa média inclui os anos de 2010 a 2012 com uma taxa de crescimento anual de cerca de 11%. Ora nestes três anos de pico este crescimento não foi real. Não estamos a falar de novas adições ao mercado, mas sim de reconversões meramente administrativas decorrentes da entrada em vigor do novo Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos que veio eliminar tipologias e categorias, tendo esses estabelecimentos passado maioritariamente para hotéis (1).

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23

E 2019, como será?

Novamente, as previsões apontam para o aumento da oferta, com 65 hotéis em carteira para este ano, com destaque novamente para as duas maiores cidades do país, Lisboa (22) e Porto (15). Porém, o que a experiência da AHP demonstra é que, a manter-se a taxa de não concretização de aberturas dos últimos dois anos, iremos ter no final de 2019 entre 30 a 40 novos hotéis em todo o país, o que representa aproximadamente 3.000 quartos. Acresce que é visível o abrandamento da taxa de ocupação na Hotelaria em todo o país, e é quase uma certeza que essa situação se irá manter durante o ano de 2019, situação ainda mais notória na Região de Lisboa, sobretudo pelos constrangimentos provocados pelo esgotamento do Aeroporto. Por isso, os hoteleiros dizem que será um ano “morno”, com “abrandamento de turistas e de receitas” (2). Uma certeza temos para 2019: o parque hoteleiro irá crescer. E temos também o que a experiência demonstra: este crescimento vai ocorrer sem desvio do ritmo padrão dos últimos 10 anos. Isto para já. Qual o número final de novos hotéis, só daqui a um ano saberemos. Uma última nota: a par da experiência “estatística” que recolhemos, há que contar com as dinâmicas do mercado que marcam o ritmo e com a experiência e expertise de investidores e hoteleiros.

_________________________________________

(1) Pelo DL 39/2008 foram eliminadas as tipologias Pensões; Estalagens; Motéis e Albergarias, determinando a lei que os mesmo tinham um período transitório para passarem a hotéis.

(2) Artigo “Cinco razões para um ano “morno” em 2019”, in Expresso de 27/01/2019.

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23a

www.hoteis-portugal.pt

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Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23bNo início de cada ano muitas são as notícias que dão conta de novas aberturas de hotéis, quer para o ano que se inicia, quer para os que ainda estão para vir, e que provocam inúmeras reações, positivas e negativas.

Para uns, é sinal de um mercado dinâmico e reforço da expectativa no crescimento da procura por Portugal. Para outros, motivo de preocupação, por se estar a acrescentar quartos a um mercado que estimam estar já saturado de oferta hoteleira (e de turistas…).

Da experiência da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, estas novidades de Ano Novo, são prognósticos que no balanço posterior anual não se concretizam. Recuemos 2 anos.

Em janeiro de 2017, segundo informação recolhida pela AHP (trabalho que fazemos anualmente) estavam no pipeline 51 novos hotéis em Portugal, dos quais 15 na Cidade de Lisboa e 9 na Cidade do Porto. No fim do primeiro semestre, apenas tinham aberto 16. No final desse ano, só 29 dos tais 51 inicialmente previstos se concretizaram.

O mesmo aconteceu no ano transato. Quando os números de novas aberturas foram divulgados, previam-se 61 novos hotéis, também aqui maioritariamente nas Cidades de Lisboa (25) e Porto (10). Também no final de 2018 voltámos a perceber que as intenções de aberturas não se confirmaram. Apenas abriram 26 dos 61 inicialmente avançados. E, já agora, em Lisboa surgiram, no ano que passou, 10 hotéis, e no Porto 5.

Pelo segundo ano consecutivo, portanto, entre as intenções e as concretizações houve um desvio de cerca de 40% em 2017 e de 60% em 2018.

Porque é que isto acontece?

São várias as possíveis razões. Desde atrasos - nos licenciamentos e aprovações, na construção, na entrega de equipamentos e na decoração -; passando por mudanças de timing e estratégia de investidores; a que se soma a escassez de recursos humanos e concomitantes dificuldades na montagem e preparação da equipa de pessoal.

O pipeline não é, por isso, rígido: vão-se somando mais àqueles que não abriram no ano inicialmente previsto e que, portanto, vão engrossando a previsão para os anos seguintes. Paralelamente, porque os que “de novo” se anunciam não se concretizam no tempo esperado, há uma certa dose de mortalidade destes que se esperava ver nascer.

É verdade que entre 2007 e 2017 a taxa de crescimento média anual (TCMA) de hotéis em Portugal foi de 7%. Todavia, esta taxa média inclui os anos de 2010 a 2012 com uma taxa de crescimento anual de cerca de 11%. Ora nestes três anos de pico este crescimento não foi real. Não estamos a falar de novas adições ao mercado, mas sim de reconversões meramente administrativas decorrentes da entrada em vigor do novo Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos que veio eliminar tipologias e categorias, tendo esses estabelecimentos passado maioritariamente para hotéis (1).

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23

E 2019, como será?

Novamente, as previsões apontam para o aumento da oferta, com 65 hotéis em carteira para este ano, com destaque novamente para as duas maiores cidades do país, Lisboa (22) e Porto (15). Porém, o que a experiência da AHP demonstra é que, a manter-se a taxa de não concretização de aberturas dos últimos dois anos, iremos ter no final de 2019 entre 30 a 40 novos hotéis em todo o país, o que representa aproximadamente 3.000 quartos. Acresce que é visível o abrandamento da taxa de ocupação na Hotelaria em todo o país, e é quase uma certeza que essa situação se irá manter durante o ano de 2019, situação ainda mais notória na Região de Lisboa, sobretudo pelos constrangimentos provocados pelo esgotamento do Aeroporto. Por isso, os hoteleiros dizem que será um ano “morno”, com “abrandamento de turistas e de receitas” (2). Uma certeza temos para 2019: o parque hoteleiro irá crescer. E temos também o que a experiência demonstra: este crescimento vai ocorrer sem desvio do ritmo padrão dos últimos 10 anos. Isto para já. Qual o número final de novos hotéis, só daqui a um ano saberemos. Uma última nota: a par da experiência “estatística” que recolhemos, há que contar com as dinâmicas do mercado que marcam o ritmo e com a experiência e expertise de investidores e hoteleiros.

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(1) Pelo DL 39/2008 foram eliminadas as tipologias Pensões; Estalagens; Motéis e Albergarias, determinando a lei que os mesmo tinham um período transitório para passarem a hotéis.

(2) Artigo “Cinco razões para um ano “morno” em 2019”, in Expresso de 27/01/2019.

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23a

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Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23bNo início de cada ano muitas são as notícias que dão conta de novas aberturas de hotéis, quer para o ano que se inicia, quer para os que ainda estão para vir, e que provocam inúmeras reações, positivas e negativas.

Para uns, é sinal de um mercado dinâmico e reforço da expectativa no crescimento da procura por Portugal. Para outros, motivo de preocupação, por se estar a acrescentar quartos a um mercado que estimam estar já saturado de oferta hoteleira (e de turistas…).

Da experiência da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, estas novidades de Ano Novo, são prognósticos que no balanço posterior anual não se concretizam. Recuemos 2 anos.

Em janeiro de 2017, segundo informação recolhida pela AHP (trabalho que fazemos anualmente) estavam no pipeline 51 novos hotéis em Portugal, dos quais 15 na Cidade de Lisboa e 9 na Cidade do Porto. No fim do primeiro semestre, apenas tinham aberto 16. No final desse ano, só 29 dos tais 51 inicialmente previstos se concretizaram.

O mesmo aconteceu no ano transato. Quando os números de novas aberturas foram divulgados, previam-se 61 novos hotéis, também aqui maioritariamente nas Cidades de Lisboa (25) e Porto (10). Também no final de 2018 voltámos a perceber que as intenções de aberturas não se confirmaram. Apenas abriram 26 dos 61 inicialmente avançados. E, já agora, em Lisboa surgiram, no ano que passou, 10 hotéis, e no Porto 5.

Pelo segundo ano consecutivo, portanto, entre as intenções e as concretizações houve um desvio de cerca de 40% em 2017 e de 60% em 2018.

Porque é que isto acontece?

São várias as possíveis razões. Desde atrasos - nos licenciamentos e aprovações, na construção, na entrega de equipamentos e na decoração -; passando por mudanças de timing e estratégia de investidores; a que se soma a escassez de recursos humanos e concomitantes dificuldades na montagem e preparação da equipa de pessoal.

O pipeline não é, por isso, rígido: vão-se somando mais àqueles que não abriram no ano inicialmente previsto e que, portanto, vão engrossando a previsão para os anos seguintes. Paralelamente, porque os que “de novo” se anunciam não se concretizam no tempo esperado, há uma certa dose de mortalidade destes que se esperava ver nascer.

É verdade que entre 2007 e 2017 a taxa de crescimento média anual (TCMA) de hotéis em Portugal foi de 7%. Todavia, esta taxa média inclui os anos de 2010 a 2012 com uma taxa de crescimento anual de cerca de 11%. Ora nestes três anos de pico este crescimento não foi real. Não estamos a falar de novas adições ao mercado, mas sim de reconversões meramente administrativas decorrentes da entrada em vigor do novo Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos que veio eliminar tipologias e categorias, tendo esses estabelecimentos passado maioritariamente para hotéis (1).

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23

E 2019, como será?

Novamente, as previsões apontam para o aumento da oferta, com 65 hotéis em carteira para este ano, com destaque novamente para as duas maiores cidades do país, Lisboa (22) e Porto (15). Porém, o que a experiência da AHP demonstra é que, a manter-se a taxa de não concretização de aberturas dos últimos dois anos, iremos ter no final de 2019 entre 30 a 40 novos hotéis em todo o país, o que representa aproximadamente 3.000 quartos. Acresce que é visível o abrandamento da taxa de ocupação na Hotelaria em todo o país, e é quase uma certeza que essa situação se irá manter durante o ano de 2019, situação ainda mais notória na Região de Lisboa, sobretudo pelos constrangimentos provocados pelo esgotamento do Aeroporto. Por isso, os hoteleiros dizem que será um ano “morno”, com “abrandamento de turistas e de receitas” (2). Uma certeza temos para 2019: o parque hoteleiro irá crescer. E temos também o que a experiência demonstra: este crescimento vai ocorrer sem desvio do ritmo padrão dos últimos 10 anos. Isto para já. Qual o número final de novos hotéis, só daqui a um ano saberemos. Uma última nota: a par da experiência “estatística” que recolhemos, há que contar com as dinâmicas do mercado que marcam o ritmo e com a experiência e expertise de investidores e hoteleiros.

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(1) Pelo DL 39/2008 foram eliminadas as tipologias Pensões; Estalagens; Motéis e Albergarias, determinando a lei que os mesmo tinham um período transitório para passarem a hotéis.

(2) Artigo “Cinco razões para um ano “morno” em 2019”, in Expresso de 27/01/2019.

Revista Anteprojectos - fevereiro 2019 pg 23a

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