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Recuperações ou Renovações

Categoria:  Artigos de Opinião

Publicado

Apresentação 1

Apresentação 1

Entendemos que uma recuperação deverá obedecer ao que a legislação exige, com o fim, principalmente, de se aumentar o conforto interior da construção, entre outras coisas e se poupar energia e ainda, preservar, sempre que possível, os elementos que conferem a identidade à construção, melhorando as suas prestações ou ainda substituindo-os por outros mais atuais sem ferir essa identidade. Em frente da casa onde moro, no Estoril, acabou-se há dias um trabalho dito de recuperação, de um pequeno edifício dos anos 30/40 do séc. XX com 4 fogos, 2 pisos e sótão habitável, já que apresenta 4 trapeiras generosas (duas a norte e duas a sul). Segui com curiosidade o que se iria passar e cedo me apercebi que as obras constariam apenas de substituir o velho telhado de madeira muito deformado e podre, por uma estrutura nova idêntica incluindo a telha mas sem subtelha.

O pessoal a trabalhar – 3-4 pessoas dava a entender que percebiam de carpintaria tradicional. Aplicaram as novas estruturas de madeira (alguma lamelada), que me pareceram com a secção ligeiramente abaixo do que eu empregaria mas seguiram as artes quanto à composição estrutural. As trapeiras replicaram as existentes, acrescentando mais duas em relação ao original ou seja, um resultado do “já agora”, que se deverão destinar, supomos, a mais dois quartos. Sem comentários. Isolamento térmico da cobertura, por cima ou por baixo do varedo da estrutura, não vi, mas teria sido uma excelente oportunidade para o pôr, pois quem vier a ocupar o último andar e o respetivo sótão, vai sentir certamente o calor do verão e o frio do inverno.

As caixilharias exteriores de madeira foram substituídas por outras novas de alumínio lacado, replicando por quadrícula os antigos pinázios na caixa de ar entre as lâminas de vidro. Como nota de requinte, algumas portadas interiores originais de madeira, almofadadas, a precisarem de uma ligeira pintura mas em muito bom estado, deram lugar a estores exteriores, solução mais “moderna” e mais barata do que mantê-las e pintá-las (será?), mas a proteção térmica e o conforto certamente pioraram. A porta de entrada, de madeira, excelente, original nos seus almofadados, deu lugar a uma simples porta de alumínio lacado com um postigo, e seguiu as pisadas e o conceito das portadas.

As chaminés com a estética da época, tiveram o capelo tapado e apenas ficaram de fora, disfarçadas, as saídas de “fumos e gases” das cozinhas que devem rondar os 75/100mm de secção, necessitando pois de exaustores, da energia para o seu funcionamento, da limpeza periódica dos filtros, etc. As caixas das trapeiras foram construídas com chapa lacada nas duas faces com um isolamento térmico XPS com 0,03m e por dentro,

supomos, a habitual placa de pladur como acabamento. As fraldas de remate do telhado e os larós foram feitos com tela de alumínio, adeus zinco, ótima a trabalhar mas de pouca durabilidade sob os UV.

Será isto uma recuperação? Uma renovação ou apenas uma substituição? Acredito que se tenha que ir muito mais longe numa próxima geração. Mas teremos nós pessoal habilitado, consciente e responsável para fazer estas obras e outras que substitua o amadorismo e a irresponsabilidade? E o legislador da Lei atualmente em vigor previu um Arquiteto a responsabilizar-se pelo trabalho - por este e pelos outros todos que por aí há?

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aleitao@anteprojectos.com.pt

Directora Geral

Av. Álvares Cabral, nº 61, 6º andar | 1250-017 Lisboa

Telefone 211 308 758 / 966 863 541

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Entendemos que uma recuperação deverá obedecer ao que a legislação exige, com o fim, principalmente, de se aumentar o conforto interior da construção, entre outras coisas e se poupar energia e ainda, preservar, sempre que possível, os elementos que conferem a identidade à construção, melhorando as suas prestações ou ainda substituindo-os por outros mais atuais sem ferir essa identidade. Em frente da casa onde moro, no Estoril, acabou-se há dias um trabalho dito de recuperação, de um pequeno edifício dos anos 30/40 do séc. XX com 4 fogos, 2 pisos e sótão habitável, já que apresenta 4 trapeiras generosas (duas a norte e duas a sul). Segui com curiosidade o que se iria passar e cedo me apercebi que as obras constariam apenas de substituir o velho telhado de madeira muito deformado e podre, por uma estrutura nova idêntica incluindo a telha mas sem subtelha.

O pessoal a trabalhar – 3-4 pessoas dava a entender que percebiam de carpintaria tradicional. Aplicaram as novas estruturas de madeira (alguma lamelada), que me pareceram com a secção ligeiramente abaixo do que eu empregaria mas seguiram as artes quanto à composição estrutural. As trapeiras replicaram as existentes, acrescentando mais duas em relação ao original ou seja, um resultado do “já agora”, que se deverão destinar, supomos, a mais dois quartos. Sem comentários. Isolamento térmico da cobertura, por cima ou por baixo do varedo da estrutura, não vi, mas teria sido uma excelente oportunidade para o pôr, pois quem vier a ocupar o último andar e o respetivo sótão, vai sentir certamente o calor do verão e o frio do inverno.

As caixilharias exteriores de madeira foram substituídas por outras novas de alumínio lacado, replicando por quadrícula os antigos pinázios na caixa de ar entre as lâminas de vidro. Como nota de requinte, algumas portadas interiores originais de madeira, almofadadas, a precisarem de uma ligeira pintura mas em muito bom estado, deram lugar a estores exteriores, solução mais “moderna” e mais barata do que mantê-las e pintá-las (será?), mas a proteção térmica e o conforto certamente pioraram. A porta de entrada, de madeira, excelente, original nos seus almofadados, deu lugar a uma simples porta de alumínio lacado com um postigo, e seguiu as pisadas e o conceito das portadas.

As chaminés com a estética da época, tiveram o capelo tapado e apenas ficaram de fora, disfarçadas, as saídas de “fumos e gases” das cozinhas que devem rondar os 75/100mm de secção, necessitando pois de exaustores, da energia para o seu funcionamento, da limpeza periódica dos filtros, etc. As caixas das trapeiras foram construídas com chapa lacada nas duas faces com um isolamento térmico XPS com 0,03m e por dentro,

supomos, a habitual placa de pladur como acabamento. As fraldas de remate do telhado e os larós foram feitos com tela de alumínio, adeus zinco, ótima a trabalhar mas de pouca durabilidade sob os UV.

Será isto uma recuperação? Uma renovação ou apenas uma substituição? Acredito que se tenha que ir muito mais longe numa próxima geração. Mas teremos nós pessoal habilitado, consciente e responsável para fazer estas obras e outras que substitua o amadorismo e a irresponsabilidade? E o legislador da Lei atualmente em vigor previu um Arquiteto a responsabilizar-se pelo trabalho - por este e pelos outros todos que por aí há?

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Entendemos que uma recuperação deverá obedecer ao que a legislação exige, com o fim, principalmente, de se aumentar o conforto interior da construção, entre outras coisas e se poupar energia e ainda, preservar, sempre que possível, os elementos que conferem a identidade à construção, melhorando as suas prestações ou ainda substituindo-os por outros mais atuais sem ferir essa identidade. Em frente da casa onde moro, no Estoril, acabou-se há dias um trabalho dito de recuperação, de um pequeno edifício dos anos 30/40 do séc. XX com 4 fogos, 2 pisos e sótão habitável, já que apresenta 4 trapeiras generosas (duas a norte e duas a sul). Segui com curiosidade o que se iria passar e cedo me apercebi que as obras constariam apenas de substituir o velho telhado de madeira muito deformado e podre, por uma estrutura nova idêntica incluindo a telha mas sem subtelha.

O pessoal a trabalhar – 3-4 pessoas dava a entender que percebiam de carpintaria tradicional. Aplicaram as novas estruturas de madeira (alguma lamelada), que me pareceram com a secção ligeiramente abaixo do que eu empregaria mas seguiram as artes quanto à composição estrutural. As trapeiras replicaram as existentes, acrescentando mais duas em relação ao original ou seja, um resultado do “já agora”, que se deverão destinar, supomos, a mais dois quartos. Sem comentários. Isolamento térmico da cobertura, por cima ou por baixo do varedo da estrutura, não vi, mas teria sido uma excelente oportunidade para o pôr, pois quem vier a ocupar o último andar e o respetivo sótão, vai sentir certamente o calor do verão e o frio do inverno.

As caixilharias exteriores de madeira foram substituídas por outras novas de alumínio lacado, replicando por quadrícula os antigos pinázios na caixa de ar entre as lâminas de vidro. Como nota de requinte, algumas portadas interiores originais de madeira, almofadadas, a precisarem de uma ligeira pintura mas em muito bom estado, deram lugar a estores exteriores, solução mais “moderna” e mais barata do que mantê-las e pintá-las (será?), mas a proteção térmica e o conforto certamente pioraram. A porta de entrada, de madeira, excelente, original nos seus almofadados, deu lugar a uma simples porta de alumínio lacado com um postigo, e seguiu as pisadas e o conceito das portadas.

As chaminés com a estética da época, tiveram o capelo tapado e apenas ficaram de fora, disfarçadas, as saídas de “fumos e gases” das cozinhas que devem rondar os 75/100mm de secção, necessitando pois de exaustores, da energia para o seu funcionamento, da limpeza periódica dos filtros, etc. As caixas das trapeiras foram construídas com chapa lacada nas duas faces com um isolamento térmico XPS com 0,03m e por dentro,

supomos, a habitual placa de pladur como acabamento. As fraldas de remate do telhado e os larós foram feitos com tela de alumínio, adeus zinco, ótima a trabalhar mas de pouca durabilidade sob os UV.

Será isto uma recuperação? Uma renovação ou apenas uma substituição? Acredito que se tenha que ir muito mais longe numa próxima geração. Mas teremos nós pessoal habilitado, consciente e responsável para fazer estas obras e outras que substitua o amadorismo e a irresponsabilidade? E o legislador da Lei atualmente em vigor previu um Arquiteto a responsabilizar-se pelo trabalho - por este e pelos outros todos que por aí há?