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Balanço do Ano 2017 e Perspectivas para 2018 - Arq. Tiago do Vale

Categoria:  Artigos de Opinião

Publicado

Tiago do Vale 2

Arqº Tiago do Vale
TIAGO DO VALE ARQUITECTOS

2017 foi um ano rico em eventos na área da arquitetura. Haverão seguramente dezenas de listas exaustivas e universais resumindo os pontos-chave do ano, portanto pareceu pertinente tomar a liberdade de nos focarmos em três momentos -uns positivos, outros nem por isso mas que importa tocar- que por uma razão ou por outra nos interessaram mais pessoalmente.

Este foi o ano em que perdemos Leonardo Benevolo. Aos 93 anos podemos dizer que viveu uma vida longa e preenchida. Arquiteto, urbanista e historiador de arquitetura é uma figura gigante no nosso domínio do conhecimento.

Produziu dezenas de volumes sobre historia e teoria da arquitetura e a sua prolífica carreira como educador foi feita em paralelo com a produção de arquitetura e urbanismo da mais alta qualidade, deixando uma marca profunda na qualificação do centro histórico de Bolonha e na cidade de Monza.

Deixou uma marca ainda mais profunda na formação de virtualmente gerações inteiras de arquitetos com a sua “História da Arquitetura Moderna” de 1960, sendo bem merecedor desta humilde nota.

Outra perda incalculável foi a demolição do Robin Hood Gardens. Este conjunto histórico do pós-guerra é um dos expoentes máximos do brutalismo e apesar de anos de campanha por parte não só de arquitetos mas também de organismos para a preservação do património arquitetónico a sua demolição está em curso. Zaha Hadid, Robert Venturi, Toyo Ito e Richard Rogers batalharam contra a destruição desta obra icónica, no final sem resultado.

Depois do Prentice Women's Hospital, mais uma vez o património modernista, estando demasiado “próximo” para lhe ser reconhecido valor histórico ou de memória, é demolido antes que a sociedade em geral o reconheça como um documento importantíssimo do seu tempo, e os mecanismos instalados para proteger os edifícios deste desfasamento entre o tempo e o valor falham, influenciados por valores económicos e políticos que esmagaram o valor cultural.

Mudando de tom e fazendo um zoom em Portugal, 2017 foi o ano da inauguração das novas instalações da Casa da Arquitetura.

Tendo como génese a intenção de criar um Centro de Documentação referente a Álvaro Siza Vieira e à sua obra (e brotando, precisamente, da casa de família do arquiteto que a Câmara Municipal de Matosinhos adquiriu para esse efeito), a sua missão expandiu-se para a de uma Casa da Arquitetura dedicada não só ao tratamento e divulgação de um amplo arquivo de espólios de arquitetura mas também à programação e criação de conteúdos que aproximem a arquitetura da sociedade.

Num país onde não havia uma instituição dedicada à arquitetura, ao seu estudo e à sua divulgação, a Casa da Arquitetura, agora na Real Vinícola em Matosinhos, deixa-nos em positiva antecipação de 2018.

Foto: Raquel Carneiro

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Contacto

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aleitao@anteprojectos.com.pt

Directora Geral

Av. Álvares Cabral, nº 61, 6º andar | 1250-017 Lisboa

Telefone 211 308 758 / 966 863 541

Balanço do Ano 2017 e Perspectivas para 2018 - Arq. Tiago do Vale

Categoria:  Artigos de Opinião

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Tiago do Vale 2

Arqº Tiago do Vale
TIAGO DO VALE ARQUITECTOS

2017 foi um ano rico em eventos na área da arquitetura. Haverão seguramente dezenas de listas exaustivas e universais resumindo os pontos-chave do ano, portanto pareceu pertinente tomar a liberdade de nos focarmos em três momentos -uns positivos, outros nem por isso mas que importa tocar- que por uma razão ou por outra nos interessaram mais pessoalmente.

Este foi o ano em que perdemos Leonardo Benevolo. Aos 93 anos podemos dizer que viveu uma vida longa e preenchida. Arquiteto, urbanista e historiador de arquitetura é uma figura gigante no nosso domínio do conhecimento.

Produziu dezenas de volumes sobre historia e teoria da arquitetura e a sua prolífica carreira como educador foi feita em paralelo com a produção de arquitetura e urbanismo da mais alta qualidade, deixando uma marca profunda na qualificação do centro histórico de Bolonha e na cidade de Monza.

Deixou uma marca ainda mais profunda na formação de virtualmente gerações inteiras de arquitetos com a sua “História da Arquitetura Moderna” de 1960, sendo bem merecedor desta humilde nota.

Outra perda incalculável foi a demolição do Robin Hood Gardens. Este conjunto histórico do pós-guerra é um dos expoentes máximos do brutalismo e apesar de anos de campanha por parte não só de arquitetos mas também de organismos para a preservação do património arquitetónico a sua demolição está em curso. Zaha Hadid, Robert Venturi, Toyo Ito e Richard Rogers batalharam contra a destruição desta obra icónica, no final sem resultado.

Depois do Prentice Women's Hospital, mais uma vez o património modernista, estando demasiado “próximo” para lhe ser reconhecido valor histórico ou de memória, é demolido antes que a sociedade em geral o reconheça como um documento importantíssimo do seu tempo, e os mecanismos instalados para proteger os edifícios deste desfasamento entre o tempo e o valor falham, influenciados por valores económicos e políticos que esmagaram o valor cultural.

Mudando de tom e fazendo um zoom em Portugal, 2017 foi o ano da inauguração das novas instalações da Casa da Arquitetura.

Tendo como génese a intenção de criar um Centro de Documentação referente a Álvaro Siza Vieira e à sua obra (e brotando, precisamente, da casa de família do arquiteto que a Câmara Municipal de Matosinhos adquiriu para esse efeito), a sua missão expandiu-se para a de uma Casa da Arquitetura dedicada não só ao tratamento e divulgação de um amplo arquivo de espólios de arquitetura mas também à programação e criação de conteúdos que aproximem a arquitetura da sociedade.

Num país onde não havia uma instituição dedicada à arquitetura, ao seu estudo e à sua divulgação, a Casa da Arquitetura, agora na Real Vinícola em Matosinhos, deixa-nos em positiva antecipação de 2018.

Foto: Raquel Carneiro

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2017 foi um ano rico em eventos na área da arquitetura. Haverão seguramente dezenas de listas exaustivas e universais resumindo os pontos-chave do ano, portanto pareceu pertinente tomar a liberdade de nos focarmos em três momentos -uns positivos, outros nem por isso mas que importa tocar- que por uma razão ou por outra nos interessaram mais pessoalmente.

Este foi o ano em que perdemos Leonardo Benevolo. Aos 93 anos podemos dizer que viveu uma vida longa e preenchida. Arquiteto, urbanista e historiador de arquitetura é uma figura gigante no nosso domínio do conhecimento.

Produziu dezenas de volumes sobre historia e teoria da arquitetura e a sua prolífica carreira como educador foi feita em paralelo com a produção de arquitetura e urbanismo da mais alta qualidade, deixando uma marca profunda na qualificação do centro histórico de Bolonha e na cidade de Monza.

Deixou uma marca ainda mais profunda na formação de virtualmente gerações inteiras de arquitetos com a sua “História da Arquitetura Moderna” de 1960, sendo bem merecedor desta humilde nota.

Outra perda incalculável foi a demolição do Robin Hood Gardens. Este conjunto histórico do pós-guerra é um dos expoentes máximos do brutalismo e apesar de anos de campanha por parte não só de arquitetos mas também de organismos para a preservação do património arquitetónico a sua demolição está em curso. Zaha Hadid, Robert Venturi, Toyo Ito e Richard Rogers batalharam contra a destruição desta obra icónica, no final sem resultado.

Depois do Prentice Women's Hospital, mais uma vez o património modernista, estando demasiado “próximo” para lhe ser reconhecido valor histórico ou de memória, é demolido antes que a sociedade em geral o reconheça como um documento importantíssimo do seu tempo, e os mecanismos instalados para proteger os edifícios deste desfasamento entre o tempo e o valor falham, influenciados por valores económicos e políticos que esmagaram o valor cultural.

Mudando de tom e fazendo um zoom em Portugal, 2017 foi o ano da inauguração das novas instalações da Casa da Arquitetura.

Tendo como génese a intenção de criar um Centro de Documentação referente a Álvaro Siza Vieira e à sua obra (e brotando, precisamente, da casa de família do arquiteto que a Câmara Municipal de Matosinhos adquiriu para esse efeito), a sua missão expandiu-se para a de uma Casa da Arquitetura dedicada não só ao tratamento e divulgação de um amplo arquivo de espólios de arquitetura mas também à programação e criação de conteúdos que aproximem a arquitetura da sociedade.

Num país onde não havia uma instituição dedicada à arquitetura, ao seu estudo e à sua divulgação, a Casa da Arquitetura, agora na Real Vinícola em Matosinhos, deixa-nos em positiva antecipação de 2018.

Foto: Raquel Carneiro