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O corpo Nascente do convento, objecto da intervenção, foi alterado e acrescentado na campanha de obras realizada no Século XX, com solução estrutural em betão armado e paramentos em tijolo cerâmico, sendo o casco edificado actual de natureza bastarda e apócrifa, cópia descuidada do original, que acrescentou pelo nascente, onde antes existia apenas muro de alvenaria.
O projecto define três problemas / questões fortes, que exigem solução:
A questão do acesso, a localizar no lado Sul, o único com acessibilidade durante todos os dias da semana e para as crianças de todos os graus de ensino (anulada por razões técnico-económicas);
A ligação funcional da Creche aos órgãos já instalados e em funcionamento no convento, para complementaridade e maior fiabilidade de serviços com apoio mútuo no quotidiano, nas falhas ou na emergência;
A distribuição geral dos espaços, reservando o Rés-do-chão para o Campo de Santa Clara, para ocupações de carácter social, como refeitório e recreios, ambos de ar livre dos quais um é coberto, assim como o átrio, zona de administração e cozinha; O 1º andar, com as zonas para crianças, solário sobre o recreio coberto, salas de actividades, berçário e sala parque; O 2º andar, com a sala de pessoal e balneários, gabinete e sala polivalente de reserva.
O projecto orientou-se pelos seguintes princípios:
1. Alteração de condições físicas do edificado existente que não dá resposta aos parâmetros pedagógicos actuais e da legislação em vigor, para ocupação máxima prevista de 42 crianças, com organização funcional em cinco zonas distintas: berçário, zona de recepção/administrativa, zona de actividades, zona de serviços/pessoal e zona exterior;
2. Criação de novo núcleo de acessos verticais centralizado no corpo principal, fazendo a distribuição por todos os pisos por meio de escada e ascensor ligando, com patamar de escada e porta de ascensor situados a meio piso, ao nível do JI, assegurando assim ligação da creche com os restantes equipamentos escolares que ocupam o convento.
3. Criação de uma zona de recreio coberta, ao nível do terraço a Poente, que permite a vivência do espaço exterior durante todo o ano, desdobrando-se ainda em solário acessível servindo as zonas de actividades para crianças de 2 a 3 anos, situadas no piso superior;
4. Criação de zonas técnicas no último piso, aproveitando as áreas de pé direito mais reduzido, e repondo a chaminé monumental para ocultação do equipamento de AVAC situado no exterior.
O método de intervenção proposto teve em consideração os seguintes aspectos:
1. Eliminação de barreiras arquitectónicas entre a creche e os restantes elementos do conjunto educativo em funcionamento no Convento (EB1+JI), através da articulação dos diferentes níveis de ocupação.
2. Substituição integral da cobertura, garantindo a estabilidade estrutural do edifício e potenciando a optimização da ocupação do último piso.
3. Criação de espaço exterior coberto, permitindo usos de recreio em dias de chuva.
No exercício do ofício, o Atelier do Chiado, fundado em 1976 pelos arquitectos Cristina Pinto da França Salvador e Fernando Bagulho, tem desenvolvido uma experiência de afirmação do factor de uso na arquitectura, com valorização das cargas simbólica, de materialização e utilitária. Ainda que admiradas na prática corrente profissional e no seu papel reconhecido enquanto criadores de cultura arquitectónica, assumimos no Atelier do Chiado uma distanciação em relação às vanguardas, seguindo um caminho experimental próprio, aberto e inconclusivo, que levanta mais dúvidas do que certezas, mas que se vai renovando projecto a projecto e equipa a equipa. Acreditamos nas potencialidades conceptuais e expressivas da ordem e da desordem, do equilíbrio e do desequilíbrio, valores entre os quais a arquitectura se pode movimentar.
Desde a sua formação em 1976, o Atelier do Chiado tem mantido uma componente de investimento na formação de jovens arquitectos, herdada dos ateliers dos mestres Frederico George, Daciano da Costa e Manuel Tainha que nos formaram nos primeiros anos da prática profissional e nos transmitiram essa postura de atelier / escola.
A prática e a obra do Atelier do Chiado procuram reflectir uma preocupação com as questões do rigor da comunicação das ideias arquitectónicas à obra, do rigor da organização do projecto e do controlo de custos de execução, resultando uma experiência com desvios de custo em caso algum superiores a 3% do valor de adjudicação, entre projectado e construído.
Acresce que, nestes casos, quase sempre este desvio tem raiz em trabalhos a mais adjudicados pelo cliente face à segurança da estabilidade orçamental.
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O corpo Nascente do convento, objecto da intervenção, foi alterado e acrescentado na campanha de obras realizada no Século XX, com solução estrutural em betão armado e paramentos em tijolo cerâmico, sendo o casco edificado actual de natureza bastarda e apócrifa, cópia descuidada do original, que acrescentou pelo nascente, onde antes existia apenas muro de alvenaria.
O projecto define três problemas / questões fortes, que exigem solução:
A questão do acesso, a localizar no lado Sul, o único com acessibilidade durante todos os dias da semana e para as crianças de todos os graus de ensino (anulada por razões técnico-económicas);
A ligação funcional da Creche aos órgãos já instalados e em funcionamento no convento, para complementaridade e maior fiabilidade de serviços com apoio mútuo no quotidiano, nas falhas ou na emergência;
A distribuição geral dos espaços, reservando o Rés-do-chão para o Campo de Santa Clara, para ocupações de carácter social, como refeitório e recreios, ambos de ar livre dos quais um é coberto, assim como o átrio, zona de administração e cozinha; O 1º andar, com as zonas para crianças, solário sobre o recreio coberto, salas de actividades, berçário e sala parque; O 2º andar, com a sala de pessoal e balneários, gabinete e sala polivalente de reserva.
O projecto orientou-se pelos seguintes princípios:
1. Alteração de condições físicas do edificado existente que não dá resposta aos parâmetros pedagógicos actuais e da legislação em vigor, para ocupação máxima prevista de 42 crianças, com organização funcional em cinco zonas distintas: berçário, zona de recepção/administrativa, zona de actividades, zona de serviços/pessoal e zona exterior;
2. Criação de novo núcleo de acessos verticais centralizado no corpo principal, fazendo a distribuição por todos os pisos por meio de escada e ascensor ligando, com patamar de escada e porta de ascensor situados a meio piso, ao nível do JI, assegurando assim ligação da creche com os restantes equipamentos escolares que ocupam o convento.
3. Criação de uma zona de recreio coberta, ao nível do terraço a Poente, que permite a vivência do espaço exterior durante todo o ano, desdobrando-se ainda em solário acessível servindo as zonas de actividades para crianças de 2 a 3 anos, situadas no piso superior;
4. Criação de zonas técnicas no último piso, aproveitando as áreas de pé direito mais reduzido, e repondo a chaminé monumental para ocultação do equipamento de AVAC situado no exterior.
O método de intervenção proposto teve em consideração os seguintes aspectos:
1. Eliminação de barreiras arquitectónicas entre a creche e os restantes elementos do conjunto educativo em funcionamento no Convento (EB1+JI), através da articulação dos diferentes níveis de ocupação.
2. Substituição integral da cobertura, garantindo a estabilidade estrutural do edifício e potenciando a optimização da ocupação do último piso.
3. Criação de espaço exterior coberto, permitindo usos de recreio em dias de chuva.
No exercício do ofício, o Atelier do Chiado, fundado em 1976 pelos arquitectos Cristina Pinto da França Salvador e Fernando Bagulho, tem desenvolvido uma experiência de afirmação do factor de uso na arquitectura, com valorização das cargas simbólica, de materialização e utilitária. Ainda que admiradas na prática corrente profissional e no seu papel reconhecido enquanto criadores de cultura arquitectónica, assumimos no Atelier do Chiado uma distanciação em relação às vanguardas, seguindo um caminho experimental próprio, aberto e inconclusivo, que levanta mais dúvidas do que certezas, mas que se vai renovando projecto a projecto e equipa a equipa. Acreditamos nas potencialidades conceptuais e expressivas da ordem e da desordem, do equilíbrio e do desequilíbrio, valores entre os quais a arquitectura se pode movimentar.
Desde a sua formação em 1976, o Atelier do Chiado tem mantido uma componente de investimento na formação de jovens arquitectos, herdada dos ateliers dos mestres Frederico George, Daciano da Costa e Manuel Tainha que nos formaram nos primeiros anos da prática profissional e nos transmitiram essa postura de atelier / escola.
A prática e a obra do Atelier do Chiado procuram reflectir uma preocupação com as questões do rigor da comunicação das ideias arquitectónicas à obra, do rigor da organização do projecto e do controlo de custos de execução, resultando uma experiência com desvios de custo em caso algum superiores a 3% do valor de adjudicação, entre projectado e construído.
Acresce que, nestes casos, quase sempre este desvio tem raiz em trabalhos a mais adjudicados pelo cliente face à segurança da estabilidade orçamental.
Publicado
O corpo Nascente do convento, objecto da intervenção, foi alterado e acrescentado na campanha de obras realizada no Século XX, com solução estrutural em betão armado e paramentos em tijolo cerâmico, sendo o casco edificado actual de natureza bastarda e apócrifa, cópia descuidada do original, que acrescentou pelo nascente, onde antes existia apenas muro de alvenaria.
O projecto define três problemas / questões fortes, que exigem solução:
A questão do acesso, a localizar no lado Sul, o único com acessibilidade durante todos os dias da semana e para as crianças de todos os graus de ensino (anulada por razões técnico-económicas);
A ligação funcional da Creche aos órgãos já instalados e em funcionamento no convento, para complementaridade e maior fiabilidade de serviços com apoio mútuo no quotidiano, nas falhas ou na emergência;
A distribuição geral dos espaços, reservando o Rés-do-chão para o Campo de Santa Clara, para ocupações de carácter social, como refeitório e recreios, ambos de ar livre dos quais um é coberto, assim como o átrio, zona de administração e cozinha; O 1º andar, com as zonas para crianças, solário sobre o recreio coberto, salas de actividades, berçário e sala parque; O 2º andar, com a sala de pessoal e balneários, gabinete e sala polivalente de reserva.
O projecto orientou-se pelos seguintes princípios:
1. Alteração de condições físicas do edificado existente que não dá resposta aos parâmetros pedagógicos actuais e da legislação em vigor, para ocupação máxima prevista de 42 crianças, com organização funcional em cinco zonas distintas: berçário, zona de recepção/administrativa, zona de actividades, zona de serviços/pessoal e zona exterior;
2. Criação de novo núcleo de acessos verticais centralizado no corpo principal, fazendo a distribuição por todos os pisos por meio de escada e ascensor ligando, com patamar de escada e porta de ascensor situados a meio piso, ao nível do JI, assegurando assim ligação da creche com os restantes equipamentos escolares que ocupam o convento.
3. Criação de uma zona de recreio coberta, ao nível do terraço a Poente, que permite a vivência do espaço exterior durante todo o ano, desdobrando-se ainda em solário acessível servindo as zonas de actividades para crianças de 2 a 3 anos, situadas no piso superior;
4. Criação de zonas técnicas no último piso, aproveitando as áreas de pé direito mais reduzido, e repondo a chaminé monumental para ocultação do equipamento de AVAC situado no exterior.
O método de intervenção proposto teve em consideração os seguintes aspectos:
1. Eliminação de barreiras arquitectónicas entre a creche e os restantes elementos do conjunto educativo em funcionamento no Convento (EB1+JI), através da articulação dos diferentes níveis de ocupação.
2. Substituição integral da cobertura, garantindo a estabilidade estrutural do edifício e potenciando a optimização da ocupação do último piso.
3. Criação de espaço exterior coberto, permitindo usos de recreio em dias de chuva.
No exercício do ofício, o Atelier do Chiado, fundado em 1976 pelos arquitectos Cristina Pinto da França Salvador e Fernando Bagulho, tem desenvolvido uma experiência de afirmação do factor de uso na arquitectura, com valorização das cargas simbólica, de materialização e utilitária. Ainda que admiradas na prática corrente profissional e no seu papel reconhecido enquanto criadores de cultura arquitectónica, assumimos no Atelier do Chiado uma distanciação em relação às vanguardas, seguindo um caminho experimental próprio, aberto e inconclusivo, que levanta mais dúvidas do que certezas, mas que se vai renovando projecto a projecto e equipa a equipa. Acreditamos nas potencialidades conceptuais e expressivas da ordem e da desordem, do equilíbrio e do desequilíbrio, valores entre os quais a arquitectura se pode movimentar.
Desde a sua formação em 1976, o Atelier do Chiado tem mantido uma componente de investimento na formação de jovens arquitectos, herdada dos ateliers dos mestres Frederico George, Daciano da Costa e Manuel Tainha que nos formaram nos primeiros anos da prática profissional e nos transmitiram essa postura de atelier / escola.
A prática e a obra do Atelier do Chiado procuram reflectir uma preocupação com as questões do rigor da comunicação das ideias arquitectónicas à obra, do rigor da organização do projecto e do controlo de custos de execução, resultando uma experiência com desvios de custo em caso algum superiores a 3% do valor de adjudicação, entre projectado e construído.
Acresce que, nestes casos, quase sempre este desvio tem raiz em trabalhos a mais adjudicados pelo cliente face à segurança da estabilidade orçamental.