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Patologias na aplicação de cerâmica

Categoria:  Artigos TécnicosCategoria:  Artigos Técnicos > Soluções Técnicas

Publicado

ss_refr_00438_066_r

A aplicação de cerâmica é uma ciencia, que não foi inventada por nós. Os primeiros trabalhos de aplicação de cerâmica conhecidos datam do ano 4000 A.C, e hoje em dia poderemos continuar a contemplar em catedrais e palácios, trabalhos realizados há centenas de anos, que em muitas ocasiões continuam em excelente estado de conservação, sem se haver despreendido do suporte. Mas também sabemos que a realidade do século XXI é outra. Diariamente somos confrontados com patologias em acabamentos cerâmicos, pese embora as técnicas e materiais se tenham desenvolvido e melhorado enormemente nos últimos 15 anos. Dispomos de uma ampla gama de materiais de aplicação para cada tipo de peça cerâmica e tipo de suporte em função da sua absorção de água e textura superficial, mas não invalida que não seja frequente a deterioração dos acabamentos cerâmicos apesar do uso correcto dos materiais de aplicação.

Ao analisar os distintos métodos de aplicação e a evolução dos materiais de construção nos últimos 6000 anos, evidentemente podemos detectar fácilmente umas mudanças enormes, tanto nas características dos acabamentos cerâmicos, como na construção e preparação dos suportes. No entanto, parece que nos queremos esquecer de um factor, que há milhares de anos os mestres de obra tinham em conta, precisamente os movimentos do suporte. Nesses tempos era habitual a aplicação das peças cerâmicas sobre uma camada de areia, que cumpria uma função de amortecedor entre o suporte e o acabamento final. Os aplicadores mais experientes podem-nos confirmar, que até há pouco tempo se aplicava esta capa para desoladorizar os pavimentos do suporte, apesar de na actualidade ser mais habitual a aplicação monolítica dos acabamentos ao suporte.

Sabemos, que todos os suportes se movem e além do mais, de uma forma distinta dos acabamentos cerâmicos. Existem quatro distintos motivos para os movimentos do suporte:

1.    Movimentos por retracção;

2.    Movimentos por humidade;

3.    Movimentos por dilatação térmica;

4.    Movimentos por curvatura.

Em qualquer dos casos um pequeno movimento do suporte pode causar o desprendimento do acabamento ao suporte de aplicação, ou o aparecimento de fissuras. Por exemplo, a soma das retrações por perda de humidade e as retrações químicas nos suportes à base de cimento (lajes de betão, betonilhas de cimento) pode ser até 1 mm em 1 m. Este movimento pode parecer insignificante, mas se o suporte se move apenas 1 mm em 2 m, levanta-se o acabamento rígido sobre este suporte até 2cm no seu centro. Também os suportes sensíveis à humidade e a aplicação de cerâmica em zonas de humidade permanente estão sujeitos à mesma problemática. Todos os suportes sensíveis à humidade (derivados de madeira, gesso e anidrite) aumentam drasticamente de volume em contacto com a água, o que provoca o desprendimento dos acabamentos cerâmicos. Mas também se deve ter em conta, que a mudança do grau de humidade em suportes cimentosos, como por exemplo em tanques de piscinas e no exterior em geral, pode ser a causa de movimentos importantes no suporte. Além do mais é frequente a presença de água em suportes “jovens”, que chega à superfície através dos capilares, e anula a união entre o adesivo e o acabamento, sendo imprecendível a aplicação de uma impermeabilização em qualquer aplicação de cerâmica em zonas com presença de água.

A maior causa de patologias por movimentos na aplicação de peças cerâmicas, são os movimentos por dilatação térmica em exteriores. Cada material utilizado na construção tem um coeficiente de dilatação térmica distinto. Se por um lado as peças cerâmicas têm um coeficiente de dilatação aproximado de 0,007, o coeficiente para a maioria dos suportes de base cimentosa é superior a 0,012. Para o cálculo de dilatação de um material por cada metro, deve-se multiplicar a diferença de temperatura em Kelvin pelo coeficiente de dilatação. Se p.ex., imaginarmos um terraço com acabamento cerâmico exposto ao Sol em pleno mês de Agosto, sabemos que a cerâmica pode atingir uma temperatura aproximada aos 80ºC na sua superfície. Durante a noite, ou havendo um temporal, esta temperatura em pouco tempo pode atingir os 10ºC, que significa uma mudança de temperatura de 70ºC. Se multiplicamos estes 70ºC pelo coeficiente de dilatação da cerâmica (0,007), implica um movimento de 0,49mm/m. Através do mesmo cálculo para o suporte, temos como resultado um movimento de 0,84mm/m. O suporte movimenta-se mais 0,35 mm/m que as peças cerâmicas. Parece pouco, mas isto significa que em cada 5m, o suporte se movimenta mais 1,75mm que as peças cerâmicas colocadas directamente por cima. Por esta razão se criam tensões muito importantes na zona de união entre o suporte e o acabamento, que podem originar fissuras no acabamento cerâmico, caso este esteja devidamente aderido ao suporte. Se por outro lado, esta aderência é insuficiente, a consequência natural é o levantamento do mesmo.

Como último tipo de movimento, podemos encontrar com a curvatura dos suportes. Este fenómeno é habitual na aplicação de acabamentos cerâmicos em pavimentos, que durante o seu ciclo de vida sofrem flechas. Também neste caso se cria uma força transversal entre a base dos acabamentos e a superfície de aplicação, que apenas pode ser compensada através de uma lâmina de desacoplamento.

Está claro, que em muitas ocasiões se deve desolidarizar o acabamento cerâmico do suporte, para evitar que os movimentos do suporte se transmitam à cerâmica, ou vice-versa. Além do mais, é importante uma correcta impermeabilização do suporte em zonas com humidade permanente ou perante suportes com sensibilidade à humidade.

Por estas razões Schlüter-Systems desenvolveu a lâmina de impermeabilização e desacoplamento Schlüter-DITRA, que cumpre estas funções e que garante um correcto funcionamento dos acabamentos cerâmicos em situações extremas e sobre suportes críticos. Porque não há suportes inadequados, apenas há métodos de aplicação inapropriados.

Definição da lâmina Schlüter-DITRA

Schlüter®-DITRA é uma lâmina em polietileno com um formato quadriculado, com um relevo em forma de rabo de andorinha. O reverso da lâmina está recoberto por um geotextil TNT. Utilizada conjuntamente com revestimentos cerâmicos, Schlüter®-DITRA actua como lâmina de impermeabilização, lâmina de desacoplamento sobre suportes críticos e compensa a pressão do vapor no caso de humidade residual no suporte.

Campos de Aplicação:

a) Impermeabilização

Schlüter®-DITRA é uma lâmina de polietileno impermeável com uma densidade de difusão do vapor de água relativamente alta. A lâmina Schlüter®-KERDI-band, colocada adequadamente na união entre lâminas, assim como nas zonas de entrega a paredes ou outras estruturas verticais, actua como lâmina de impermeabilização. Desta forma, Schlüter®-DITRA protege o suporte de humidade e da filtração de substâncias que o possam danificar.

b) Desacoplamento

Schlüter®-DITRA desolidariza o acabamento do suporte e neutraliza as tensões que se produzem entre o suporte e o revestimento cerâmico derivadas pelos diferentes movimentos. A lâmina também absorve fissuras do suporte e evita a sua transmissão ao acabamento cerâmico.

c) Compensação da pressão de vapor

Devido aos canais de ar abertos que se encontram na parte inferior da lâmina, Schlüter®-DITRA compensa a pressão do vapor de água existente pela presença de humidade no suporte.

d) Distribuição de carga

Schlüter®-DITRA transmite ao suporte as cargas a que está sujeito o acabamento cerâmico, como resultado do trânsito, através dos ocos quadriculados com forma de rabo de andorinha da sua parte superior cobertos por uma camada fina de adesivo. Isto aumenta a resistência das peças cerâmicas colocadas sobre Schlüter®-DITRA.

Colocação em obra

1. O suporte deve estar nivelado, ser suficientemente resistente e não conter elementos que possam dificultar a aderência da lâmina. Medidas de nivelação do suporte devem ser efectuadas antes da aplicação da lâmina Schlüter®-DITRA.

2. A selecção do adesivo para aplicar Schlüter®-DITRA dependerá do tipo de suporte. O adesivo deve aderir ao suporte e ancorar mecânicamente ao geotextil da parte inferior da lâmina Schlüter®-DITRA. Sobre a maioria dos suportes podem-se aplicar adesivos hidraulicos de capa fina. Não obstantes, será conveniente comprovar que os materiais seleccionados se podem utilizar conjuntamente.

3. O adesivo se aplicará sobre o suporte com uma talocha dentada de 3 x 3 o 4 x 4 mm.

4. A lâmina Schlüter®-DITRA previamente cortada à medida coloca-se com o geotextil imediatamente na capa do adesivo aplicada e pressionada com uma talocha ou com um rolo de pressão seguindo a mesma direcção. Deve-se respeitar o tempo aberto do adesivo. Durante a aplicação da lâmina Schlüter®-DITRA, esta deve alinhar-se correctamente. Por isso mesmo, é conveniente que a aplicação da lâmina seja efectuada por duas pessoas, de forma a se poderem ajudar. As lâminas colocam-se à face.

Nota: Se a lâmina Schlüter®-DITRA se aplica como camada de desacoplamento, as zonas de união e de remate perimetral, não necessitam forçosamente de se cobrir com a banda Schlüter®-KERDI-Band. Se se coloca como capa de impermeabilização, devem-se seguir as seguintes instruções.

5. Para evitar que a lâmina Schlüter®-DITRA colocada sofra danos, ou se despegue do suporte recomenda-se, por exemplo, colocar tabuleiros de madeira (sobretudo nas zonas em que se prevê o tráfego de materiais), evitando que a lâmina seja submetida a cargas excessivas.. Outras recomendações, são por exemplo, evitar a sua exposição prolongada à radiação solar quando instalada em zonas exteriores.

6. As peças cerâmicas podem-se instalar imediatamente após a aplicação da lâmina com um adesivo adequado. È recomendável preencher primeiros as cavidades dos quadriculos com o adesivo, e posteriormente aplicar o adesivo para a colagem com uma espátula dentada. No momento da aplicação da cerâmica, deve-se garantir que não ficam espaços ocos por preencher, sobretudo se se espera uma agressividade mecânica alta ou em espaços exteriores. O tamanho dos dentes da espátula deve ser determinado com o formato da peça cerâmica a aplicar, respeitando os tempos de abertura do cimento cola.

Impermeabilização com Schlüter®-DITRA

Em combinação com acabamentos cerâmicos, pode-se utilizar a lâmina Schlüter®-DITRA como impermeabilização, desde que se impermeabilize adequadamente as uniões entre lâminas e os remates a outros elementos de construção. Para a impermeabilização de piscinas, bases de duche e paredes de casas de banho e cozinhas, recomendamos a utilização da nossa lâmina de impermeabilização Schlüter-KERDI.

Schlüter®-DITRA protege assim o suporte face a infiltrações de humidade e de outras substâncias agressivas. Nas uniões entre lâminas deve-se aplicar o adesivo impermeável Schlüter-KERDI-COLL e a banda Schlüter®-KERDI-Band de 12,5 cm de largura. Para a impermeabilização nas zonas de entrega a paramentos verticais deve-se utilizar a banda Schlüter®-KERDI-Band sobre a lâmina Schlüter®-DITRA, enquanto que nas paredes a banda é aderida directamente.

A aplicação de Schlüter®-KERDI-Band também é recomendável para as ligações a estruturas fixas, como portas, janelas, estruturas de metal, madeira ou plástico. Nestes casos a colagem deve ser efectuada através de Schlüter®-KERDI-FIX sobre a estructura. Recomenda-se comprovar em todos os casos a compatibilidade de Schlüter®-KERDI-FIX com os distintos materiais de construção.

Vantagens e Experiências

A lâmina Schlüter-DITRA foi desenvolvida no ano de 1987, e por exemplo durante o ano de 2012 a Schlüter-Systems forneceu aprox. 280.000 m² através da sua rede de distribuidores de cerâmica e de materiais de construção, em toda a Península Ibérica.

O principal campo de aplicação é a impermeabilização na reabilitação de terraços e varandas em moradias e condomínios, embora se venha a denotar o aumento da aplicabilidade em obra nova.

A vantagem da lâmina Schlüter-DITRA na reabilitação é a possibilidade de aplicação sobre suportes em cerâmica existente, como por exemplo em terraços com cerâmica fissurada ou deteriorada. Neste caso a lâmina Schlüter-DITRA não apenas impermeabiliza superfícies com problemas de infiltração de água, mas evitas que as fissuras existentes no suporte se transmitam ao novo acabamento. Por outro lado evitam-se entulhos e montagens especiais, sobretudo nos centros das cidades com custos de manuseamento elevados.

Comparativamente a sistemas de impermeabilização convencionais como lâminas asfálticas ou PVC, destacam-se as seguintes vantagens:

  • A humidade na betonilha de distribuição de carga e de regularização que se encontra entre as lâminas convencionais e a cerâmica, provoca eflorescências e ruturas na cerâmica devido ao gelo/degelo. Schlüter-DITRA evita estes fenómenos, pois a impermeabilização está por baixo da cerâmica.
  • Ideal para aplicação em situações de problemas de altura, já que a cerâmica aplicada directamente à lâmina Schlüter-DITRA apenas requer 3 mm.
  • Ideal para reabilitações, pois pode-se aplicar sobre acabamentos antigos.
  • Não apenas impermeabiliza com garantia em zonas exteriores, como também evita roturas nas peças cerâmicas, na consequência dos movimentos causados pelas mudanças de temperatura.
  • Eficaz também para a impermeabilização de pavimentos e paredes interiores com humidade.

No seguimento de mais de 25 anos de experiência em todo o mundo, desde 15 de Junho de 2009, o sistema Schlüter-Ditra torna-se num dos poucos sistemas com a marcação CE para impermeabilizações com acabamento cerâmico, com a respectiva Declaração de Desempenho (obrigatória desde 1 de Julho de 2013), e na solução ideal para evitar patologias na aplicação de acabamentos cerâmicos no interior e no exterior.

Contactos:

Schlüter

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aleitao@anteprojectos.com.pt

Directora Geral

Av. Álvares Cabral, nº 61, 6º andar | 1250-017 Lisboa

Telefone 211 308 758 / 966 863 541

Patologias na aplicação de cerâmica

Categoria:  Artigos TécnicosCategoria:  Artigos Técnicos > Soluções Técnicas

Publicado

ss_refr_00438_066_r

A aplicação de cerâmica é uma ciencia, que não foi inventada por nós. Os primeiros trabalhos de aplicação de cerâmica conhecidos datam do ano 4000 A.C, e hoje em dia poderemos continuar a contemplar em catedrais e palácios, trabalhos realizados há centenas de anos, que em muitas ocasiões continuam em excelente estado de conservação, sem se haver despreendido do suporte. Mas também sabemos que a realidade do século XXI é outra. Diariamente somos confrontados com patologias em acabamentos cerâmicos, pese embora as técnicas e materiais se tenham desenvolvido e melhorado enormemente nos últimos 15 anos. Dispomos de uma ampla gama de materiais de aplicação para cada tipo de peça cerâmica e tipo de suporte em função da sua absorção de água e textura superficial, mas não invalida que não seja frequente a deterioração dos acabamentos cerâmicos apesar do uso correcto dos materiais de aplicação.

Ao analisar os distintos métodos de aplicação e a evolução dos materiais de construção nos últimos 6000 anos, evidentemente podemos detectar fácilmente umas mudanças enormes, tanto nas características dos acabamentos cerâmicos, como na construção e preparação dos suportes. No entanto, parece que nos queremos esquecer de um factor, que há milhares de anos os mestres de obra tinham em conta, precisamente os movimentos do suporte. Nesses tempos era habitual a aplicação das peças cerâmicas sobre uma camada de areia, que cumpria uma função de amortecedor entre o suporte e o acabamento final. Os aplicadores mais experientes podem-nos confirmar, que até há pouco tempo se aplicava esta capa para desoladorizar os pavimentos do suporte, apesar de na actualidade ser mais habitual a aplicação monolítica dos acabamentos ao suporte.

Sabemos, que todos os suportes se movem e além do mais, de uma forma distinta dos acabamentos cerâmicos. Existem quatro distintos motivos para os movimentos do suporte:

1.    Movimentos por retracção;

2.    Movimentos por humidade;

3.    Movimentos por dilatação térmica;

4.    Movimentos por curvatura.

Em qualquer dos casos um pequeno movimento do suporte pode causar o desprendimento do acabamento ao suporte de aplicação, ou o aparecimento de fissuras. Por exemplo, a soma das retrações por perda de humidade e as retrações químicas nos suportes à base de cimento (lajes de betão, betonilhas de cimento) pode ser até 1 mm em 1 m. Este movimento pode parecer insignificante, mas se o suporte se move apenas 1 mm em 2 m, levanta-se o acabamento rígido sobre este suporte até 2cm no seu centro. Também os suportes sensíveis à humidade e a aplicação de cerâmica em zonas de humidade permanente estão sujeitos à mesma problemática. Todos os suportes sensíveis à humidade (derivados de madeira, gesso e anidrite) aumentam drasticamente de volume em contacto com a água, o que provoca o desprendimento dos acabamentos cerâmicos. Mas também se deve ter em conta, que a mudança do grau de humidade em suportes cimentosos, como por exemplo em tanques de piscinas e no exterior em geral, pode ser a causa de movimentos importantes no suporte. Além do mais é frequente a presença de água em suportes “jovens”, que chega à superfície através dos capilares, e anula a união entre o adesivo e o acabamento, sendo imprecendível a aplicação de uma impermeabilização em qualquer aplicação de cerâmica em zonas com presença de água.

A maior causa de patologias por movimentos na aplicação de peças cerâmicas, são os movimentos por dilatação térmica em exteriores. Cada material utilizado na construção tem um coeficiente de dilatação térmica distinto. Se por um lado as peças cerâmicas têm um coeficiente de dilatação aproximado de 0,007, o coeficiente para a maioria dos suportes de base cimentosa é superior a 0,012. Para o cálculo de dilatação de um material por cada metro, deve-se multiplicar a diferença de temperatura em Kelvin pelo coeficiente de dilatação. Se p.ex., imaginarmos um terraço com acabamento cerâmico exposto ao Sol em pleno mês de Agosto, sabemos que a cerâmica pode atingir uma temperatura aproximada aos 80ºC na sua superfície. Durante a noite, ou havendo um temporal, esta temperatura em pouco tempo pode atingir os 10ºC, que significa uma mudança de temperatura de 70ºC. Se multiplicamos estes 70ºC pelo coeficiente de dilatação da cerâmica (0,007), implica um movimento de 0,49mm/m. Através do mesmo cálculo para o suporte, temos como resultado um movimento de 0,84mm/m. O suporte movimenta-se mais 0,35 mm/m que as peças cerâmicas. Parece pouco, mas isto significa que em cada 5m, o suporte se movimenta mais 1,75mm que as peças cerâmicas colocadas directamente por cima. Por esta razão se criam tensões muito importantes na zona de união entre o suporte e o acabamento, que podem originar fissuras no acabamento cerâmico, caso este esteja devidamente aderido ao suporte. Se por outro lado, esta aderência é insuficiente, a consequência natural é o levantamento do mesmo.

Como último tipo de movimento, podemos encontrar com a curvatura dos suportes. Este fenómeno é habitual na aplicação de acabamentos cerâmicos em pavimentos, que durante o seu ciclo de vida sofrem flechas. Também neste caso se cria uma força transversal entre a base dos acabamentos e a superfície de aplicação, que apenas pode ser compensada através de uma lâmina de desacoplamento.

Está claro, que em muitas ocasiões se deve desolidarizar o acabamento cerâmico do suporte, para evitar que os movimentos do suporte se transmitam à cerâmica, ou vice-versa. Além do mais, é importante uma correcta impermeabilização do suporte em zonas com humidade permanente ou perante suportes com sensibilidade à humidade.

Por estas razões Schlüter-Systems desenvolveu a lâmina de impermeabilização e desacoplamento Schlüter-DITRA, que cumpre estas funções e que garante um correcto funcionamento dos acabamentos cerâmicos em situações extremas e sobre suportes críticos. Porque não há suportes inadequados, apenas há métodos de aplicação inapropriados.

Definição da lâmina Schlüter-DITRA

Schlüter®-DITRA é uma lâmina em polietileno com um formato quadriculado, com um relevo em forma de rabo de andorinha. O reverso da lâmina está recoberto por um geotextil TNT. Utilizada conjuntamente com revestimentos cerâmicos, Schlüter®-DITRA actua como lâmina de impermeabilização, lâmina de desacoplamento sobre suportes críticos e compensa a pressão do vapor no caso de humidade residual no suporte.

Campos de Aplicação:

a) Impermeabilização

Schlüter®-DITRA é uma lâmina de polietileno impermeável com uma densidade de difusão do vapor de água relativamente alta. A lâmina Schlüter®-KERDI-band, colocada adequadamente na união entre lâminas, assim como nas zonas de entrega a paredes ou outras estruturas verticais, actua como lâmina de impermeabilização. Desta forma, Schlüter®-DITRA protege o suporte de humidade e da filtração de substâncias que o possam danificar.

b) Desacoplamento

Schlüter®-DITRA desolidariza o acabamento do suporte e neutraliza as tensões que se produzem entre o suporte e o revestimento cerâmico derivadas pelos diferentes movimentos. A lâmina também absorve fissuras do suporte e evita a sua transmissão ao acabamento cerâmico.

c) Compensação da pressão de vapor

Devido aos canais de ar abertos que se encontram na parte inferior da lâmina, Schlüter®-DITRA compensa a pressão do vapor de água existente pela presença de humidade no suporte.

d) Distribuição de carga

Schlüter®-DITRA transmite ao suporte as cargas a que está sujeito o acabamento cerâmico, como resultado do trânsito, através dos ocos quadriculados com forma de rabo de andorinha da sua parte superior cobertos por uma camada fina de adesivo. Isto aumenta a resistência das peças cerâmicas colocadas sobre Schlüter®-DITRA.

Colocação em obra

1. O suporte deve estar nivelado, ser suficientemente resistente e não conter elementos que possam dificultar a aderência da lâmina. Medidas de nivelação do suporte devem ser efectuadas antes da aplicação da lâmina Schlüter®-DITRA.

2. A selecção do adesivo para aplicar Schlüter®-DITRA dependerá do tipo de suporte. O adesivo deve aderir ao suporte e ancorar mecânicamente ao geotextil da parte inferior da lâmina Schlüter®-DITRA. Sobre a maioria dos suportes podem-se aplicar adesivos hidraulicos de capa fina. Não obstantes, será conveniente comprovar que os materiais seleccionados se podem utilizar conjuntamente.

3. O adesivo se aplicará sobre o suporte com uma talocha dentada de 3 x 3 o 4 x 4 mm.

4. A lâmina Schlüter®-DITRA previamente cortada à medida coloca-se com o geotextil imediatamente na capa do adesivo aplicada e pressionada com uma talocha ou com um rolo de pressão seguindo a mesma direcção. Deve-se respeitar o tempo aberto do adesivo. Durante a aplicação da lâmina Schlüter®-DITRA, esta deve alinhar-se correctamente. Por isso mesmo, é conveniente que a aplicação da lâmina seja efectuada por duas pessoas, de forma a se poderem ajudar. As lâminas colocam-se à face.

Nota: Se a lâmina Schlüter®-DITRA se aplica como camada de desacoplamento, as zonas de união e de remate perimetral, não necessitam forçosamente de se cobrir com a banda Schlüter®-KERDI-Band. Se se coloca como capa de impermeabilização, devem-se seguir as seguintes instruções.

5. Para evitar que a lâmina Schlüter®-DITRA colocada sofra danos, ou se despegue do suporte recomenda-se, por exemplo, colocar tabuleiros de madeira (sobretudo nas zonas em que se prevê o tráfego de materiais), evitando que a lâmina seja submetida a cargas excessivas.. Outras recomendações, são por exemplo, evitar a sua exposição prolongada à radiação solar quando instalada em zonas exteriores.

6. As peças cerâmicas podem-se instalar imediatamente após a aplicação da lâmina com um adesivo adequado. È recomendável preencher primeiros as cavidades dos quadriculos com o adesivo, e posteriormente aplicar o adesivo para a colagem com uma espátula dentada. No momento da aplicação da cerâmica, deve-se garantir que não ficam espaços ocos por preencher, sobretudo se se espera uma agressividade mecânica alta ou em espaços exteriores. O tamanho dos dentes da espátula deve ser determinado com o formato da peça cerâmica a aplicar, respeitando os tempos de abertura do cimento cola.

Impermeabilização com Schlüter®-DITRA

Em combinação com acabamentos cerâmicos, pode-se utilizar a lâmina Schlüter®-DITRA como impermeabilização, desde que se impermeabilize adequadamente as uniões entre lâminas e os remates a outros elementos de construção. Para a impermeabilização de piscinas, bases de duche e paredes de casas de banho e cozinhas, recomendamos a utilização da nossa lâmina de impermeabilização Schlüter-KERDI.

Schlüter®-DITRA protege assim o suporte face a infiltrações de humidade e de outras substâncias agressivas. Nas uniões entre lâminas deve-se aplicar o adesivo impermeável Schlüter-KERDI-COLL e a banda Schlüter®-KERDI-Band de 12,5 cm de largura. Para a impermeabilização nas zonas de entrega a paramentos verticais deve-se utilizar a banda Schlüter®-KERDI-Band sobre a lâmina Schlüter®-DITRA, enquanto que nas paredes a banda é aderida directamente.

A aplicação de Schlüter®-KERDI-Band também é recomendável para as ligações a estruturas fixas, como portas, janelas, estruturas de metal, madeira ou plástico. Nestes casos a colagem deve ser efectuada através de Schlüter®-KERDI-FIX sobre a estructura. Recomenda-se comprovar em todos os casos a compatibilidade de Schlüter®-KERDI-FIX com os distintos materiais de construção.

Vantagens e Experiências

A lâmina Schlüter-DITRA foi desenvolvida no ano de 1987, e por exemplo durante o ano de 2012 a Schlüter-Systems forneceu aprox. 280.000 m² através da sua rede de distribuidores de cerâmica e de materiais de construção, em toda a Península Ibérica.

O principal campo de aplicação é a impermeabilização na reabilitação de terraços e varandas em moradias e condomínios, embora se venha a denotar o aumento da aplicabilidade em obra nova.

A vantagem da lâmina Schlüter-DITRA na reabilitação é a possibilidade de aplicação sobre suportes em cerâmica existente, como por exemplo em terraços com cerâmica fissurada ou deteriorada. Neste caso a lâmina Schlüter-DITRA não apenas impermeabiliza superfícies com problemas de infiltração de água, mas evitas que as fissuras existentes no suporte se transmitam ao novo acabamento. Por outro lado evitam-se entulhos e montagens especiais, sobretudo nos centros das cidades com custos de manuseamento elevados.

Comparativamente a sistemas de impermeabilização convencionais como lâminas asfálticas ou PVC, destacam-se as seguintes vantagens:

  • A humidade na betonilha de distribuição de carga e de regularização que se encontra entre as lâminas convencionais e a cerâmica, provoca eflorescências e ruturas na cerâmica devido ao gelo/degelo. Schlüter-DITRA evita estes fenómenos, pois a impermeabilização está por baixo da cerâmica.
  • Ideal para aplicação em situações de problemas de altura, já que a cerâmica aplicada directamente à lâmina Schlüter-DITRA apenas requer 3 mm.
  • Ideal para reabilitações, pois pode-se aplicar sobre acabamentos antigos.
  • Não apenas impermeabiliza com garantia em zonas exteriores, como também evita roturas nas peças cerâmicas, na consequência dos movimentos causados pelas mudanças de temperatura.
  • Eficaz também para a impermeabilização de pavimentos e paredes interiores com humidade.

No seguimento de mais de 25 anos de experiência em todo o mundo, desde 15 de Junho de 2009, o sistema Schlüter-Ditra torna-se num dos poucos sistemas com a marcação CE para impermeabilizações com acabamento cerâmico, com a respectiva Declaração de Desempenho (obrigatória desde 1 de Julho de 2013), e na solução ideal para evitar patologias na aplicação de acabamentos cerâmicos no interior e no exterior.

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Publicado

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A aplicação de cerâmica é uma ciencia, que não foi inventada por nós. Os primeiros trabalhos de aplicação de cerâmica conhecidos datam do ano 4000 A.C, e hoje em dia poderemos continuar a contemplar em catedrais e palácios, trabalhos realizados há centenas de anos, que em muitas ocasiões continuam em excelente estado de conservação, sem se haver despreendido do suporte. Mas também sabemos que a realidade do século XXI é outra. Diariamente somos confrontados com patologias em acabamentos cerâmicos, pese embora as técnicas e materiais se tenham desenvolvido e melhorado enormemente nos últimos 15 anos. Dispomos de uma ampla gama de materiais de aplicação para cada tipo de peça cerâmica e tipo de suporte em função da sua absorção de água e textura superficial, mas não invalida que não seja frequente a deterioração dos acabamentos cerâmicos apesar do uso correcto dos materiais de aplicação.

Ao analisar os distintos métodos de aplicação e a evolução dos materiais de construção nos últimos 6000 anos, evidentemente podemos detectar fácilmente umas mudanças enormes, tanto nas características dos acabamentos cerâmicos, como na construção e preparação dos suportes. No entanto, parece que nos queremos esquecer de um factor, que há milhares de anos os mestres de obra tinham em conta, precisamente os movimentos do suporte. Nesses tempos era habitual a aplicação das peças cerâmicas sobre uma camada de areia, que cumpria uma função de amortecedor entre o suporte e o acabamento final. Os aplicadores mais experientes podem-nos confirmar, que até há pouco tempo se aplicava esta capa para desoladorizar os pavimentos do suporte, apesar de na actualidade ser mais habitual a aplicação monolítica dos acabamentos ao suporte.

Sabemos, que todos os suportes se movem e além do mais, de uma forma distinta dos acabamentos cerâmicos. Existem quatro distintos motivos para os movimentos do suporte:

1.    Movimentos por retracção;

2.    Movimentos por humidade;

3.    Movimentos por dilatação térmica;

4.    Movimentos por curvatura.

Em qualquer dos casos um pequeno movimento do suporte pode causar o desprendimento do acabamento ao suporte de aplicação, ou o aparecimento de fissuras. Por exemplo, a soma das retrações por perda de humidade e as retrações químicas nos suportes à base de cimento (lajes de betão, betonilhas de cimento) pode ser até 1 mm em 1 m. Este movimento pode parecer insignificante, mas se o suporte se move apenas 1 mm em 2 m, levanta-se o acabamento rígido sobre este suporte até 2cm no seu centro. Também os suportes sensíveis à humidade e a aplicação de cerâmica em zonas de humidade permanente estão sujeitos à mesma problemática. Todos os suportes sensíveis à humidade (derivados de madeira, gesso e anidrite) aumentam drasticamente de volume em contacto com a água, o que provoca o desprendimento dos acabamentos cerâmicos. Mas também se deve ter em conta, que a mudança do grau de humidade em suportes cimentosos, como por exemplo em tanques de piscinas e no exterior em geral, pode ser a causa de movimentos importantes no suporte. Além do mais é frequente a presença de água em suportes “jovens”, que chega à superfície através dos capilares, e anula a união entre o adesivo e o acabamento, sendo imprecendível a aplicação de uma impermeabilização em qualquer aplicação de cerâmica em zonas com presença de água.

A maior causa de patologias por movimentos na aplicação de peças cerâmicas, são os movimentos por dilatação térmica em exteriores. Cada material utilizado na construção tem um coeficiente de dilatação térmica distinto. Se por um lado as peças cerâmicas têm um coeficiente de dilatação aproximado de 0,007, o coeficiente para a maioria dos suportes de base cimentosa é superior a 0,012. Para o cálculo de dilatação de um material por cada metro, deve-se multiplicar a diferença de temperatura em Kelvin pelo coeficiente de dilatação. Se p.ex., imaginarmos um terraço com acabamento cerâmico exposto ao Sol em pleno mês de Agosto, sabemos que a cerâmica pode atingir uma temperatura aproximada aos 80ºC na sua superfície. Durante a noite, ou havendo um temporal, esta temperatura em pouco tempo pode atingir os 10ºC, que significa uma mudança de temperatura de 70ºC. Se multiplicamos estes 70ºC pelo coeficiente de dilatação da cerâmica (0,007), implica um movimento de 0,49mm/m. Através do mesmo cálculo para o suporte, temos como resultado um movimento de 0,84mm/m. O suporte movimenta-se mais 0,35 mm/m que as peças cerâmicas. Parece pouco, mas isto significa que em cada 5m, o suporte se movimenta mais 1,75mm que as peças cerâmicas colocadas directamente por cima. Por esta razão se criam tensões muito importantes na zona de união entre o suporte e o acabamento, que podem originar fissuras no acabamento cerâmico, caso este esteja devidamente aderido ao suporte. Se por outro lado, esta aderência é insuficiente, a consequência natural é o levantamento do mesmo.

Como último tipo de movimento, podemos encontrar com a curvatura dos suportes. Este fenómeno é habitual na aplicação de acabamentos cerâmicos em pavimentos, que durante o seu ciclo de vida sofrem flechas. Também neste caso se cria uma força transversal entre a base dos acabamentos e a superfície de aplicação, que apenas pode ser compensada através de uma lâmina de desacoplamento.

Está claro, que em muitas ocasiões se deve desolidarizar o acabamento cerâmico do suporte, para evitar que os movimentos do suporte se transmitam à cerâmica, ou vice-versa. Além do mais, é importante uma correcta impermeabilização do suporte em zonas com humidade permanente ou perante suportes com sensibilidade à humidade.

Por estas razões Schlüter-Systems desenvolveu a lâmina de impermeabilização e desacoplamento Schlüter-DITRA, que cumpre estas funções e que garante um correcto funcionamento dos acabamentos cerâmicos em situações extremas e sobre suportes críticos. Porque não há suportes inadequados, apenas há métodos de aplicação inapropriados.

Definição da lâmina Schlüter-DITRA

Schlüter®-DITRA é uma lâmina em polietileno com um formato quadriculado, com um relevo em forma de rabo de andorinha. O reverso da lâmina está recoberto por um geotextil TNT. Utilizada conjuntamente com revestimentos cerâmicos, Schlüter®-DITRA actua como lâmina de impermeabilização, lâmina de desacoplamento sobre suportes críticos e compensa a pressão do vapor no caso de humidade residual no suporte.

Campos de Aplicação:

a) Impermeabilização

Schlüter®-DITRA é uma lâmina de polietileno impermeável com uma densidade de difusão do vapor de água relativamente alta. A lâmina Schlüter®-KERDI-band, colocada adequadamente na união entre lâminas, assim como nas zonas de entrega a paredes ou outras estruturas verticais, actua como lâmina de impermeabilização. Desta forma, Schlüter®-DITRA protege o suporte de humidade e da filtração de substâncias que o possam danificar.

b) Desacoplamento

Schlüter®-DITRA desolidariza o acabamento do suporte e neutraliza as tensões que se produzem entre o suporte e o revestimento cerâmico derivadas pelos diferentes movimentos. A lâmina também absorve fissuras do suporte e evita a sua transmissão ao acabamento cerâmico.

c) Compensação da pressão de vapor

Devido aos canais de ar abertos que se encontram na parte inferior da lâmina, Schlüter®-DITRA compensa a pressão do vapor de água existente pela presença de humidade no suporte.

d) Distribuição de carga

Schlüter®-DITRA transmite ao suporte as cargas a que está sujeito o acabamento cerâmico, como resultado do trânsito, através dos ocos quadriculados com forma de rabo de andorinha da sua parte superior cobertos por uma camada fina de adesivo. Isto aumenta a resistência das peças cerâmicas colocadas sobre Schlüter®-DITRA.

Colocação em obra

1. O suporte deve estar nivelado, ser suficientemente resistente e não conter elementos que possam dificultar a aderência da lâmina. Medidas de nivelação do suporte devem ser efectuadas antes da aplicação da lâmina Schlüter®-DITRA.

2. A selecção do adesivo para aplicar Schlüter®-DITRA dependerá do tipo de suporte. O adesivo deve aderir ao suporte e ancorar mecânicamente ao geotextil da parte inferior da lâmina Schlüter®-DITRA. Sobre a maioria dos suportes podem-se aplicar adesivos hidraulicos de capa fina. Não obstantes, será conveniente comprovar que os materiais seleccionados se podem utilizar conjuntamente.

3. O adesivo se aplicará sobre o suporte com uma talocha dentada de 3 x 3 o 4 x 4 mm.

4. A lâmina Schlüter®-DITRA previamente cortada à medida coloca-se com o geotextil imediatamente na capa do adesivo aplicada e pressionada com uma talocha ou com um rolo de pressão seguindo a mesma direcção. Deve-se respeitar o tempo aberto do adesivo. Durante a aplicação da lâmina Schlüter®-DITRA, esta deve alinhar-se correctamente. Por isso mesmo, é conveniente que a aplicação da lâmina seja efectuada por duas pessoas, de forma a se poderem ajudar. As lâminas colocam-se à face.

Nota: Se a lâmina Schlüter®-DITRA se aplica como camada de desacoplamento, as zonas de união e de remate perimetral, não necessitam forçosamente de se cobrir com a banda Schlüter®-KERDI-Band. Se se coloca como capa de impermeabilização, devem-se seguir as seguintes instruções.

5. Para evitar que a lâmina Schlüter®-DITRA colocada sofra danos, ou se despegue do suporte recomenda-se, por exemplo, colocar tabuleiros de madeira (sobretudo nas zonas em que se prevê o tráfego de materiais), evitando que a lâmina seja submetida a cargas excessivas.. Outras recomendações, são por exemplo, evitar a sua exposição prolongada à radiação solar quando instalada em zonas exteriores.

6. As peças cerâmicas podem-se instalar imediatamente após a aplicação da lâmina com um adesivo adequado. È recomendável preencher primeiros as cavidades dos quadriculos com o adesivo, e posteriormente aplicar o adesivo para a colagem com uma espátula dentada. No momento da aplicação da cerâmica, deve-se garantir que não ficam espaços ocos por preencher, sobretudo se se espera uma agressividade mecânica alta ou em espaços exteriores. O tamanho dos dentes da espátula deve ser determinado com o formato da peça cerâmica a aplicar, respeitando os tempos de abertura do cimento cola.

Impermeabilização com Schlüter®-DITRA

Em combinação com acabamentos cerâmicos, pode-se utilizar a lâmina Schlüter®-DITRA como impermeabilização, desde que se impermeabilize adequadamente as uniões entre lâminas e os remates a outros elementos de construção. Para a impermeabilização de piscinas, bases de duche e paredes de casas de banho e cozinhas, recomendamos a utilização da nossa lâmina de impermeabilização Schlüter-KERDI.

Schlüter®-DITRA protege assim o suporte face a infiltrações de humidade e de outras substâncias agressivas. Nas uniões entre lâminas deve-se aplicar o adesivo impermeável Schlüter-KERDI-COLL e a banda Schlüter®-KERDI-Band de 12,5 cm de largura. Para a impermeabilização nas zonas de entrega a paramentos verticais deve-se utilizar a banda Schlüter®-KERDI-Band sobre a lâmina Schlüter®-DITRA, enquanto que nas paredes a banda é aderida directamente.

A aplicação de Schlüter®-KERDI-Band também é recomendável para as ligações a estruturas fixas, como portas, janelas, estruturas de metal, madeira ou plástico. Nestes casos a colagem deve ser efectuada através de Schlüter®-KERDI-FIX sobre a estructura. Recomenda-se comprovar em todos os casos a compatibilidade de Schlüter®-KERDI-FIX com os distintos materiais de construção.

Vantagens e Experiências

A lâmina Schlüter-DITRA foi desenvolvida no ano de 1987, e por exemplo durante o ano de 2012 a Schlüter-Systems forneceu aprox. 280.000 m² através da sua rede de distribuidores de cerâmica e de materiais de construção, em toda a Península Ibérica.

O principal campo de aplicação é a impermeabilização na reabilitação de terraços e varandas em moradias e condomínios, embora se venha a denotar o aumento da aplicabilidade em obra nova.

A vantagem da lâmina Schlüter-DITRA na reabilitação é a possibilidade de aplicação sobre suportes em cerâmica existente, como por exemplo em terraços com cerâmica fissurada ou deteriorada. Neste caso a lâmina Schlüter-DITRA não apenas impermeabiliza superfícies com problemas de infiltração de água, mas evitas que as fissuras existentes no suporte se transmitam ao novo acabamento. Por outro lado evitam-se entulhos e montagens especiais, sobretudo nos centros das cidades com custos de manuseamento elevados.

Comparativamente a sistemas de impermeabilização convencionais como lâminas asfálticas ou PVC, destacam-se as seguintes vantagens:

  • A humidade na betonilha de distribuição de carga e de regularização que se encontra entre as lâminas convencionais e a cerâmica, provoca eflorescências e ruturas na cerâmica devido ao gelo/degelo. Schlüter-DITRA evita estes fenómenos, pois a impermeabilização está por baixo da cerâmica.
  • Ideal para aplicação em situações de problemas de altura, já que a cerâmica aplicada directamente à lâmina Schlüter-DITRA apenas requer 3 mm.
  • Ideal para reabilitações, pois pode-se aplicar sobre acabamentos antigos.
  • Não apenas impermeabiliza com garantia em zonas exteriores, como também evita roturas nas peças cerâmicas, na consequência dos movimentos causados pelas mudanças de temperatura.
  • Eficaz também para a impermeabilização de pavimentos e paredes interiores com humidade.

No seguimento de mais de 25 anos de experiência em todo o mundo, desde 15 de Junho de 2009, o sistema Schlüter-Ditra torna-se num dos poucos sistemas com a marcação CE para impermeabilizações com acabamento cerâmico, com a respectiva Declaração de Desempenho (obrigatória desde 1 de Julho de 2013), e na solução ideal para evitar patologias na aplicação de acabamentos cerâmicos no interior e no exterior.

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Schlüter